Aindacomo reflexo das dificuldades enfrentadas pelo setor produtivo no país, osinvestimentos em ações e em fundos de participação em empresas continuaram apuxar para baixo o resultado da Funcef em 2013, apesar do registro de melhoriasrelevantes em comparação com 2012.
Asdemonstrações contábeis do exercício social passado, das quais se extrai estaconclusão, foram submetidas à apreciação do Conselho Deliberativo da Fundaçãoem reunião realizada na última quinta-feira, dia 27 de março.
Odéficit registrado pela Funcef em 2013 foi de R$ 1,74 bilhão. A meta atuarialpara o ano foi de 11,37%, enquanto a rentabilidade chegou a 6,98%. Esseresultado, segundo Antônio Luiz Fermino, membro eleito do ConselhoDeliberativo, "é conjuntural e não coloca em risco o pagamento debenefícios". Ele acrescenta ainda que "a Funcef se mantém sólida esegura".
Essarealidade de déficit está relacionada sobretudo ao impacto negativo das açõesna Bolsas de Valores, o que atingiu pesadamente o setor de previdênciacomplementar do país, conforme dados recentes divulgados pela SuperintendênciaNacional de Previdência Complementar (Previc) e pela Associação Brasileira dasEntidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp).
Nestemomento, mesmo diante desse cenário adverso, a Funcef apresenta um dos melhoresresultados do sistema previdenciário, o que tem a ver com a eficiência do seusistema de governança e com a política de controle de riscos.
Osnúmeros apontam que, no exercício de 2013, a Fundação registrou um dos melhoresdesempenhos entre os fundos de pensão (6,98%), dado que o resultado maisexpressivo do setor foi de 7,19%. Entre 730 planos de benefícios de diferentesinstituições, a rentabilidade média do setor alcançou o patamar de 0,2%.
Desempenho por planos
Entreos planos de benefícios, o déficit acumulado ficou concentrado no REG/Replansaldado (R$ 3,02 bilhões) e no REG/Replan não-saldado (R$ 118 milhões). Arentabilidade do primeiro ficou em 6,99% e a do segundo em 7,25%.
OREB ficou abaixo da meta: 5,92%. Mesmo assim, fechou com resultado acumuladosuperavitário de mais de R$ 40 milhões.
Noacumulado, o Novo Plano ficou superavitário em R$ 15 milhões, com 6,63% derentabilidade em 2013. A principal explicação para esse resultado diferenciadoestá no fato de ser este um plano que carrega volume bem menor de investimentosimpactados pelas dificuldades do mercado de ações na Ibovespa, como é o caso doREG/Replan saldado.
Ofato de ter ocorrido déficit no REG/Replan saldado e no REG/Replan não-saldadonão significa que os participantes desses planos estejam sob risco iminente deaumento de contribuição ou de redução de benefícios. Ocorre que o resultadonegativo em um ano não significa que já tenham de ser alteradas projeções decompromissos futuros. Essa situação está ainda um pouco distante de acontecer.
Mesmoassim, em relação a 2012, há o registro de aumento dos Recursos Garantidores,aqueles destinados ao pagamento de benefícios. Nesse caso, houve variação de2,40% a 31,16%.
Emrelação aos Recursos Garantidores, o crescimento foi de 5,29% em 2013,evoluindo para R$ 52,4 bilhões em comparação com 2012, que registrou patamar deR$ 49,8 bilhões. Em 10 anos, de acordo com números apresentados pela Diretoriade Planejamento e Controladoria (Dipec), os recursos destinados ao pagamento debenefícios cresceram R$ 37,5 bilhões, pois em 2013 estavam em R$ 14,9 bilhões.
Carteiras renda fixaversus renda variável
Compeso nos investimentos da Funcef, representando praticamente 80%, as carteirasde renda fixa e renda variável são as principais responsáveis pelo baixoresultado total da Fundação. Esse comportamento negativo, no entanto, foiminimizado por bons resultados obtidos em investimentos imobiliários (R$ 4,7bilhões), com rentabilidade de 23,38%. Outro bom sinal veio dos investimentosestruturados em infraestrutura, via fundos de investimentos em participações,de R$ 4,3 bilhões e resultado de 20,22%.
Hoje,a carteira de renda fixa carrega R$ 18 bilhões em títulos públicos, alcançandoem 9,84% de rentabilidade em 2013. Enquanto isso, a carteira de renda variávelapresentou resultados díspares, variando acima de meta atuarial para resultadonegativo. Foi de 12,54% a rentabilidade da carteira de participações diretas,com recursos de R$ 4,3 bilhões. O rendimento dos créditos privados e depósitosfoi de 13,99%, com recursos de R$ 9,6 milhões, enquanto os fundos deinvestimentos em renda variável registrou resultado de -7,26%, apesar deestarem alocados R$ 13,6 bilhões, incluídos os R$ 7,6 bilhões investidos nofundo Carteira Ativa II.
Nessacarteira, o exercício de 2013 foi fechado com -3,35%, resultado superior ao Ibovespa,que fechou em -15,50%.
Oativo total da Funcef alcançou no ano passado o patamar de R$ 55,4 bilhões.Esse montante permitiu alocar cerca de R$ 19 bilhões em medidas prudenciais,como retirada da exigência de idade mínima de 55 anos para benefício integralno REG/Replan, de atualização de tábuas biométricas e redução da taxa de juros.
Noúltimo período, apesar dos déficits acumulados devido a situações conjunturais,a Funcef investiu pesadamente na adequação e na segurança dos planos debenefícios. A respeito disso, Antônio Fermino considera vital valorizar o quefoi feito de positivo nesses últimos anos, identificando eventuais problemasque contribuíram para esse déficit de 2013, havendo ainda a necessidade deajustes permanentes na política de investimentos. Isto, segundo ele, permitiráque "os resultados da Fundação sejam sempre os melhores possíveis".(Fonte: Fenae)


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