Osprotestos de junho do ano passado, que levaram milhares de pessoas às ruas deCuritiba, incentivaram o protagonismo político dos cidadãos da capital.
Éo que aponta um levantamento do Instituto Paraná Pesquisas encomendado pelaGazeta do Povo e que compara o interesse e a atuação política de eleitores dacidade neste ano em relação a 2013.
Oimpacto maior foi justamente na participação em protestos: em 2013, 5% dosentrevistados participaram de alguma manifestação; em 2014, esse porcentualsubiu para 10%.
Ojovem Luan de Rosa e Souza é um dos exemplos dessa mudança.
Ativistade direitos humanos e de educação política há pouco mais de dois anos, eleconsidera os movimentos do ano passado como um marco.
“Ultrapassamosum limiar de como se pensar e fazer política”, diz.
“Apesquisa [de 2013] foi feita antes das manifestações. De lá pra cá houve umamudança de pensamento no país.
Podemosdizer que vivemos outro país, muito longe do ideal, mas mudado, principalmentesobre a questão da participação política”, afirma o diretor do ParanáPesquisas, Murilo Hidalgo.
Paraele, essa diferença em relação ao levantamento do ano passado ajuda a explicaroutros dados da pesquisa.
Nãofoi só nas ruas que a participação aumentou: no ano passado, 13% dos moradoresda capital disseram fazer algum trabalho voluntário.
Nesteano, o índice subiu para 17%. O mesmo crescimento é percebido nas associaçõesde bairro, em organizações não governamentais e em audiências públicas.
Nasoma, o porcentual de pessoas que participaram de alguma dessas atividadessubiu de 45% para 63%.
Éo caso da jornalista Aline Vonsovicz, que atua como voluntária na gestão ecomunicação das redes sociais e do site do Centro de Ação Voluntária (CAV).
“Eutenho o dom de escrever, de comunicar, por que não usar o meu dom para isso?”,diz. Segundo Alcione Andrade, que coordena as palestras.
“Oque é ser voluntário?”, no CAV, semanalmente cerca de 30 novas pessoas procuramo centro interessadas em atividades voluntárias – número que tem aumentado.
Interesse
Conformea pesquisa, o interesse político do curitibano também passou por mudanças.
 Apesar de quase 60% dos entrevistadosadmitirem não se interessar por política, o porcentual de pessoas que lênoticiários sobre o assunto subiu de 47% para 58%.
Afiscalização sobre os políticos também cresceu. Enquanto em 2013 pouco mais dametade dos moradores da cidade disse que, além de votar, acompanhava o trabalhodos políticos de alguma maneira, em 2014 esse índice saltou para 70%.
Oeleitor curitibano também tem acompanhado mais o desempenho dos políticosdurante o mandato eletivo.
Praticamentetodos os porcentuais de consulta de informações sobre a atividade dos parlamentares– seja no site da Câmara de Curitiba, da Assembleia Legislativa, da Câmara oudo Senado Federal – aumentaram no último ano.

“Aparticipação política ainda tem se mostrado mais forte na fiscalização do quena atuação”, avalia Hidalgo. (Fonte: Gazeta do Povo)
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