O resultado do leilão das quatro usinas hidrelétricas que eram operadas pela Cemig gerou insatisfação de políticos mineiros e temor entre sindicalistas sobre o futuro dos empregos no setor. (Daniel Camargo)

Vice-presidente da Câmara, o deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG) criticou o resultado do leilão. "Entregaram as usinas a preço de banana", afirmou o parlamentar, um dos articuladores da frente suprapartidária de políticos mineiros contrários ao leilão.

Ramalho disse que a equipe econômica do presidente Michel Temer —do mesmo partido— "só pensa em dinheiro". "Não levaram em conta a questão social. O preço da conta de luz vai ficar maior", afirmou o deputado.

As quatro usinas (São Simão, Jaguara, Miranda e Volta Grande) foram vendidas por R$ 12,3 bilhões, o que representou um ágio de 9,73%.
Ramalho planeja para esta quarta uma reunião da bancada mineira no Congresso para avaliar que medidas podem ser tomadas.

"A gente teve um resultado acima do esperado. Foi importante porque não foi só uma empresa, foram três. Uma que chega ao Brasil forte, a SPIC, e duas já conhecidas no mercado brasileiro, Engie e Enel", disse o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho.

Já para o coordenador-geral do Sindieletro (sindicato dos eletricitários), Jefferson Silva, o futuro é incerto para os trabalhadores da Cemig.

"A empresa já estava demitindo e com políticas agressivas de desligamento voluntário sempre com a justificativa de reduzir o custo operacional. Não sabemos como será a postura daqui para frente", afirmou.

O sindicalista estipula que os novos proprietários conseguirão um lucro de R$ 39 bilhões nos 30 anos de concessão. O principal motivo, segundo Silva, é o valor estipulado para o mWh, de R$ 142. Ele compara com o valor estipulado para a Usina de Belo Monte (R$ 81).

"A população já pagou o custo de construção das quatro usinas e vai pagar novamente", disse Silva. (Fonte: Folha.com)

 

 

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