O mês de dezembro começou com notícias de causar repulsa e vergonha entre os trabalhadores do BNB e à sociedade nordestina como um todo: manchetes como “BNB entra na rifa” e “Eunício articula tirar Marcos Holanda do BNB” foram destaque.

Mais uma vez, como lamentavelmente já ocorreu em outras ocasiões, coloca-se à disposição da barganha política uma instituição que é o braço desenvolvimentista do Governo na região em que atua - e, por conseguinte, no próprio país - com uma história de 65 anos de crédito diferenciado e expertise em desenvolvimento como nenhuma outra: o Banco do Nordeste do Brasil.

Não é de hoje que o BNB figura na mídia como se moeda de troca fosse, como se sua existência se resumisse à acomodação política ou à barganha de favores para este ou aquele segmento que tem mais ou menos “poder” no cenário em questão. Isso demonstra desconhecimento da importância do Banco nos rincões do país, da história de incentivo ao empreendedorismo, à agricultura familiar, à pesquisa, à cultura; desconhecimento da capacidade técnica de seus trabalhadores e do compromisso destes com o papel da instituição.

Como em todas as vezes em que isso ocorre, a AFBNB vem mais uma vez manifestar  seu veemente repúdio e ratificar: o BNB não é moeda de troca; é, sim, um agente do desenvolvimento! Em fevereiro de 2013, a Associação divulgou a nota “Instabilidade plantada. A quem interessa?”, na qual afirma que “esse quadro de notinhas na imprensa parece mais um jogo de interesses, do tipo ‘coisa plantada’, por iniciativa de quem está sendo contrariado, de toda ordem, inclusive política. Esse tipo de situação, também inescrupulosa, assim como os casos já referenciados, gera um quadro de instabilidade institucional desnecessário e de insegurança interna, além de incertezas para a sociedade, principalmente na área de atuação do BNB, tão sofrida e carente da ação creditícia do Banco. Isto não interessa aos trabalhadores e à sociedade. Então, a quem interessa?” (leia a íntegra). Passados quatro anos, a indagação continua: a quem interessa esse tipo de informação?

É fato que existe uma “dança das cadeiras” no âmbito da gestão do Banco. Tal fato é inerente a qualquer instituição. O que não se pode permitir é a falta de transparência e a não observância aos aspectos técnicos nesses processos. Assim também, não se deve aceitar a instrumentalização para fins alheios ao papel da instituição, como recomposição de base parlamentar para aprovação de medidas danosas a classe trabalhadora, como é o caso da Reforma da Previdência, por exemplo.

O momento é de fragilização das empresas públicas com vistas ao desmonte e à privatização. E no BNB não é diferente. Processos de reestruturação, programas de demissão voluntária sem reposição de pessoal, aliados ao desmonte nacional promovido pelo atual governo federal são uma ameaça real e concreta à instituição. Boatos dessa natureza, de dança de cadeiras sob a canção inaudível da política só tendem a agravar essa situação. Toda atenção é pouca! Toda luta em contrário é necessária.

A AFBNB seguirá mobilizada e em diálogo com os diversos segmentos da sociedade, reiterando seu posicionamento de respeito ao BNB e aos trabalhadores.

AFBNB ao lado dos trabalhadores

Gestão Unidade e Luta

 

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