Documento revela que argumentos do governo Temer para  promover a desestatização são falsos por

 As empresas estatais federais dão lucro para a União. Essa é a conclusão do  estudo produzido pelo Dieese, publicado em janeiro. De acordo com Gustavo  Teixeira, técnico da instituição, os argumentos do governo Temer para a  desestatização são falsos e as empresas deveriam tomar decisões orientadas pelo  interesse coletivo, não do capital. 

"É interessante debater se de fato o objetivo da estatal é gerar lucro. Mas  fora desse debate, observamos que as estatais federais, nos últimos 15 anos,  distribuíram mais de R$ 250 bilhões de dividendos para a União. Quando olhamos  para outros países, vemos um processo forte de reestatização de serviços de  utilidade pública. Esse processo que está forte em países da Europa tem como  justificativa a falta de eficiência do setor privado em atender a população",  afirma em entrevista à Rádio Brasil Atual. 

Ele também rebate o argumento do presidente da Petrobras, Pedro Parente, de  que a empresa precisa ser privatizada. Para o técnico do Dieese, a petrolífera  nacional tem papel estratégico no desenvolvimento do Brasil. 

"Os dados em nível internacional mostram que grande parte das reservas de  petróleo estão sob o controle de empresas estatais. A Petrobras, com a nova  política do governo Temer, abre mão de explorar reservas importantes do pré-sal  e isso tem impacto na dependência dos combustíveis no nosso país. Estamos  transferindo os direitos de exploração dessas reservas para estatais de outros  países, assim abrimos mão da soberania e controle do produto fundamental na  economia mundial", critica. 

Segundo Gustavo, os dados do estudo mostram que, em 2012, o investimento das  estatais chegou a representar 10% da taxa de investimento da formação bruta de  capital fixo na economia do país. "Na medida que perdemos o controle dessas  empresas, abrimos mão do planejamento de um projeto de desenvolvimento futuro",  lamenta. 

Outro exemplo negativo de desestatização citado por ele é a Eletrobras. "Ela  é o principal gerador de energia elétrica no Brasil, tendo as principais usinas  hidrelétricas. A intenção do governo em abrir o capital dela, aumentando a  participação dos grupos privados e estrangeiros, tende a criar uma espécie de  oligopólio no setor de energia brasileiro", explica. 

Além de abrir mão da soberania nacional, as privatizações também não garantem  melhora no serviço e redução de tarifas. "Um setor que foi amplamente  privatizado na década de 1990 foi a distribuição de energia elétrica. 

O principal argumento do governo Fernando Henrique era de que as tarifas  iriam se reduzir e a qualidade aumentar, mas 20 anos depois vemos os preços  crescerem acima da inflação e a qualidade do serviço ainda é aquém da desejada.  Não há garantia de que o processo de privatização vá reduzir preços, quanto  melhorar o atendimento", conclui. (Fonte: Rede Brasil Atual)

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