Números também indicam que 64% dos executivos brasileiros gostariam de trabalhar com outra coisa para serem mais felizes. Pesquisador dá dicas para reverter esse quadro de insatisfação generalizada que se apresenta no país

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na semana passada que o número de desempregados no Brasil chegou a 13,7 milhões de pessoas . Mesmo com os sinais de tímida recuperação econômica e as tentativas do governo de gerar novos postos de trabalho através de medidas como, por exemplo, a Reforma Trabalhista, vários setores da indústria e do comércio não reagem e o número de pessoas que está procurando emprego continua crescendo.

Mas, como diz o ditado, "não há nada que esteja ruim que não possa piorar" e os números coletados pelo pesquisador Fredy Machado para o livro  É possível se reinventar e integrar a vida pessoal e profissional, da Editora Saraiva, reforçaram isso. Segundo sua pesquisa, 40% dos executivos brasileiros está  infeliz no trabalho e 64% gostaria de fazer algo diferente do que faz hoje para ser mais feliz.

Como combater a infelicidade?

A pesquisa realizada num universo com mais de 300 profissionais, em 21 estados brasileiros e também fora do país através do aplicativo Survey Monkey, revelou que muitos deles se sentem infelizes por não conseguir "dar conta" de tudo que tem pra fazer. Fredy Machado, por sua vez, alerta para o perigo de trabalhar demais. Ele relata que já passou por um burnout e que agora trabalha para evitar que as pessoas tenham que passar pela mesma coisa:

"Eu tinha um ritmo insano de trabalho e quase não via a minha família, quando cheguei na Universidade para fazer um curso, me deparei com um mau estar estranho que me levou ao hospital. Ali percebi que era hora de repensar o que estava fazendo", relata.

“ Qual foi a última vez que você dormiu sorrindo depois de um dia trabalho? Quando foi a última vez que você dedicou tempo para ouvir o que seu filho fez durante o dia ou para conversar com alguma outra pessoa importante para você?", questiona Machado.

A solução apontada pelo pesquisador, no entanto, é tentar harmonizar a vida profissional com a vida pessoal. No livro, Fredy Machado faz perguntas para que o leitor seja capaz de fazer um diagnóstico de seu momento de vida.

Ele reforça a necessidade de não negligenciar outras áreas da vida, relações pessoais e a própria saúde em troca de benefícios profissionais. É claro que concessões precisam ser feitas, mas isso não pode se tornar uma regra, de modo que as pessoas devem buscar encontrar o equilíbrio o mais rápido possível. "Desejo que as conquistem isso sem ter de passar pela UTI, por casamentos desfeitos, por desentendimentos e pela solidão, como costuma ocorrer, muitas vezes", alerta.

Outra saída para a sensação de infelicidade no trabalho que Fredy Machado indica é a necessidade de ter um objetivo maior na vida. Segundo ele, um dos maiores motivos que geram insatisfação com a função que os profissionais executam é a falta de clareza no propósito daquilo que estão fazendo, tanto para o indivíduo quanto para a sociedade. Ele, porém, é otimista a respeito disso:

"Há inúmeros exemplos de pessoas que trabalharam duríssimo ao longo de suas vidas em nome de um objetivo maior, que extrapola suas ambições meramente individuais e traz benefícios para a comunidade. Essas pessoas dificilmente se queixam da carga de trabalho que tem porque sentem que fazem parte de um propósito maior", conta.

Impacto nas empresas

Outro ponto importante abordado no livro diz respeito ao impacto que a (in)felicidade dos funcionários causa para as empresas. Fredy Machado indica que "ser feliz é essencial para o desempenho e produtividade e, portanto, traz bons resultados para a empresa. A felicidade pode ser medida, controlada e incentivada."

O autor afirma ainda que ainda que as empresas tenham interesses meramente comerciais, ter funcionários felizes e motivados é fundamental para incentivar a critatividade, a inovação e até a produtividade de todos.


"O funcionário feliz não vai adoecer, não vai mentir, não vai ficar enrolando no trabalho . Empresas precisam de criatividade como nós precisamos de oxigênio. Não podem viver sem talentos. A falta de integração entre a vida profissional e pessoal é a principal inimiga da criatividade e da produtividade", explica. (Fonte: Por Brasil Econômico)

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