CAMPANHA SALARIAL

“Os bancos formam um dos setores da economia brasileira que mais ganham, mesmo com a crise.

Apesar disso, estão focados em tirar direitos e benefícios conquistados pelos bancários ao longo de décadas de luta e mobilização”, afirmou Gladir Basso (foto), presidente da Federação dos Bancários do Paraná e do Sindicato de Cascavel e Região.

Ao fazer afirmação neste sentido, o dirigente sindical se refere às negociações da campanha salarial deste ano, que até agora tiveram quatro rodadas e os bancos não avançaram em propostas às reivindicações dos bancários. A data-base da categoria é 1º de setembro.

Gladir ilustra sua afirmação citando que, conforme a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP) acaba de divulgar, o pagamento de juros aos bancos é a maior despesa das famílias brasileiras. Foram R$ 354,8 bilhões transferidos da renda dos trabalhadores para as instituições financeiras em 2017, o que representa 17,9% de aumento real, ou seja, já descontada a inflação.

Ainda segundo esse levantamento, o montante gasto pelas famílias com juros em 2017 superou os R$ 291,3 bilhões gastos com alimentação fora de casa, os R$ 154,3 bilhões dos gastos com transporte urbano e os R$ 129,9 bilhões pagos em aluguel.

Basso enumera ainda que, também em 2017, os bancos ganharam, somente em tarifas, o valor de R$ 27 bilhões. Nesse mesmo ano, os bancos reajustaram em média as tarifas em 78%. Também em 2017, o lucro líquido dos cinco maiores (BB, Caixa Federal, Itaú, Bradesco e Santander) somou R$ 77,4 bilhões, 33,5% mais que em 2016.

“Mesmo diante desses números astronômicos e altamente positivos, desde 2016 os bancos extinguiram 41.304 postos de trabalho”, lamenta Gladir, frisando que, até este momento das negociações desta campanha salarial, “os bancos não evoluíram em suas propostas e insistem apenas em retirar direitos e benefícios dos bancários, o que não vamos aceitar”.

No próximo dia 2 de agosto, às 10 horas, em São Paulo, haverá a quinta rodada de negociação da Contec (Confederação Nacional dos Bancários) com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos). Nesta data, “estarão em discussão as cláusulas econômicas, como o reajuste salarial e a PLR”, informa Gladir, que vem participando de todas essas reuniões.

 

 

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