Para economista da chapa do MDB, proposta do atual governo combate privilégios e ataca déficit primário (Matheus Lara)


Principal assessor da área econômica do candidato Henrique Meirelles (MDB) à Presidência da República nas eleições 2018, o economista José Márcio Camargo disse ter expectativa de que se o ex-ministro da Fazenda for eleito em outubro, a Reforma da Previdência proposta pelo governo de Michel Temer (MDB), que já está no Congresso Nacional, pode ser aprovada ainda neste ano, com apoio do atual presidente e também de Rodrigo Maria, presidente da Câmara.


“Essa reforma poupa R$ 55 bilhões a R$ 60 bilhões por ano, uma poupança de R$ 550 bilhões a R$ 600 bilhões ao longo de dez anos. O déficit primário é R$ 139 bilhões neste ano. Se pouparmos R$ 55 bilhões, é metade”, disse o economista. Ele foi o entrevistado desta terça, 11, na série de sabatinas “Os Economistas das Eleições”, parceria do Estado com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) que reúne os profissionais responsáveis pela elaboração dos programas econômicos de governo dos principais candidatos à Presidência da República nas eleições 2018.O economista José Márcio Camargo defende que a própria execução do Orçamento seja mais rígida.“A reforma ataca os privilégios dos funcionários públicos. Ela ataca as aposentadorias privilegiadas, principalmente do Judiciário, Executivo e Legislativo. Nossa avaliação é que se Meirelles for eleito, queremos aprovar essa reforma ainda em 2017, após as eleições. Acreditamos que Temer e Rodrigo Maia vão estar disponíveis para aprová-la ainda neste ano.” Camargo também defendeu a proposta de uma reforma do orçamento do governo federal e uma reforma tributária. “Do total de 100% do orçamento do governo, 92% já está determinado e o presidente não pode mudar. E 8% que o governo pode manipular não são impositivos. Nossa proposta é acabar com isso. Diminuir as desvinculações e tornar o orçamento impositivo. A aprovação do orçamento será o momento mais importante da atividade parlamentar, como em qualquer democracia avançada. É uma reforma do sistema orçamentário para tornar o orçamento uma peça fundamental na definição de prioridades. Também queremos fazer uma reforma tributária para simplificar o sistema. Os candidatos falam mais ou menos na mesma linha, há certo consenso.” Camargo fez ponderações a respeito de dados recentes divulgados a respeito da taxa de ocupação do País depois da aprovação da reforma trabalhista no governo Temer, em vigor desde 2017. “É a primeira vez que temos o dado da forma como está sendo divulgado. Se dá muita ênfase ao fato de que está sendo criado muito emprego em tempo parcial. O IBGE classifica ele como um cara ocioso. A pergunta é: ‘o que é melhor: não ter emprego nenhum ou trabalhar 4 horas por dia?’. Esse nível da ociosidade da força de trabalho é porque a recuperação está sem seu início. A reforma trabalhista favoreceu a criação de contratos de tempo parcial, a flexibilização da jornada. Em vez de desempregado, o cara vai ter uma jornada de 4 horas.” “A reforma é ótima, muito boa”, defendeu Camargo. “Faz coisas fundamentais, por exemplo na questão de dar opções de tipos de contrato, por diminuir a incerteza jurídica e por fazer o contrato de trabalho valer mais do que valia antes. Agora você pode negociar a jornada de trabalho, renegociar o salário, uma série de ajustes. Uma melhora espetacular nas relações de trabalho.” Camargo foi o quinto entrevistado série promovida pelo Estado e pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE), da FGV. Também já foram sabatinados Marco Antônio Rocha, da campanha de Guilherme Boulos (PSOL); André Lara Resende (de Marina Silva,da Rede); Gustavo Franco (de João Amoêdo, do Novo) e Marcio Pochmann (da chapa petista). Estão previstas ainda mais três sabatinas. No dia 18, com Mauro Benevides, economista da equipe de Ciro Gomes (PDT). Três dias depois, a entrevista será com Persio Arida, da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB). Fecha a série de sabatinas o economista Paulo Guedes, guru econômico de Jair Bolsonaro (PSL), no dia 3 de outubro. (Fonte: Estadão)

O economista José Márcio Camargo defende que a própria execução do Orçamento seja mais rígida. Foto: TV Estadão

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