A jornalista Andreza Matais, do jornal O Estado de São Paulo, publicou no último dia 2, em sua coluna, notícia sobre uma proposta de fusão do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e do Banco da Amazônia (BASA) ao BNDES que teria sido entregue ao futuro ministro da economia, Paulo Guedes.

De acordo com o texto, a justificativa seria a economia de despesas, haja vista as três instituições terem as mesmas atribuições.

 

 

A colunista ainda afirma, de forma leviana, que “os cargos no BNB e no BASA são tradicionalmente loteados por políticos” – uma generalização irresponsável e injusta com os trabalhadores de carreira que se dedicam às instituições há décadas, independente de quem esteja à frente da gestão.

 

A notícia vem em meio a balões de ensaio e boatos acerca do futuro gestor. Ambos são extremamente prejudiciais à imagem do Banco e a seus trabalhadores, porque desestabilizam estes, gerando ansiedade, e reduzem o importante trabalho que vem sendo feito pelo BNB há 66 anos a mero trocado nesse processo de mercantilização das instituições.

 

A justificativa de “economia de despesas” chega a ser ridícula, quando se pensa, por exemplo, no perdão da dívida de bancos privados, pelo Governo federal em 2017, na ordem de R$ 27 bilhões. Ou o programa refinanciamento de dívidas (Refis) a empresários em abril passado, que deviam pelo menos R$ 217 milhões à União. Ou ainda a não cobrança da dívida das grandes empresas devedoras da previdência que, segundo matéria da Agência Brasil, respondem por quase três vezes o déficit do setor, acumulando uma dívida de R$ 426,07 bilhões até 2017 (veja em https://bit.ly/2m1QEXY).

 

O BNB, assim como o BASA, são bancos de caráter regional. Ambos atuam nas regiões Nordeste/porção norte de MG/ES e Norte, respectivamente, como órgãos do governo federal para o combate às desigualdades, estímulo ao desenvolvimento, com a aplicação de recursos públicos por meio de programas de crédito e dos Fundos Constitucionais (FNE  FNO, respectivamente). A atuação dessas instituições deve ser fortalecida, por cumprirem um papel de relevância social e econômica em regiões ainda necessitadas de políticas públicas que alavanquem seu potencial.

 

Isso é o que a AFBNB defende, acredita e pelo que luta! A urgência de uma política nacional de desenvolvimento que contemple as especificidades regionais é bandeira divulgada nas agendas em Brasília, nos documentos produzidos  e enviados aos longo dos últimos governos federais, a exemplo documento Desenvolvimento Regional, Prioridade Nacional, enviado nesse último pleito a todos os candidatos à Presidência  e protocolada na semana passada, em Brasília, na coordenação de Gestão Interna do Gabinete de Transição Governamental. O documento coloca em discussão as políticas de desenvolvimento com recorte regional, fundos constitucionais e a valorização dos trabalhadores do Banco do Nordeste.

 

Seguiremos na luta por um BNB forte e com trabalhadores valorizados por entendermos que o país só alcançara o desenvolvimento que queremos se acabar com as desigualdades entre as regiões. E nesse sentido os bancos regionais são fundamentais!

 

NÃO AO DESMONTE, SIM AO DESENVOLVIMENTO!

Fonte: AFBNB

 

 

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