Pelo critério de lucro líquido contábil, o ganho do banco estatal no trimestre foi de R$ 8,026 bilhões (Por Álvaro Campos e Talita Moreira)

A Caixa obteve lucro líquido contábil de R$ 8,026 bilhões no terceiro trimestre, número que representa alta de 66,7% na comparação com o mesmo período do ano passado. Esse avanço foi influenciado pela venda de R$ 6,964 bilhões em NTN-B no intervalo. O lucro recorrente do banco estatal foi de R$ 4,224 bilhões, com queda de 14,2%.

O resultado bruto da intermediação financeira totalizou R$ 16,078 bilhões, alta de 58,1% em relação ao terceiro trimestre do ano passado.

As despesas com provisões para devedores duvidosos ficaram em R$ 2,933 bilhões, com alta de 8,2%. As despesas administrativas caíram 7,7%, para R$ 2,786 bilhões. As despesas com pessoal aumentaram 4,7%, para R$ 5,183 bilhões.

A receita de prestação de serviços ficou em R$ 6,980 bilhões, com leve redução na comparação anual, de 1,8%.

A Caixa encerrou o trimestre com R$ 683,186 bilhões em sua carteira de crédito ampla, o que representa alta de 0,1% em três meses e queda de 1,5% em 12 meses. O recuo veio da carteira de crédito a pessoas jurídicas, que somava R$ 40,188 bilhões no fim de setembro, queda de 5,0% no trimestre e de 29,7% em um ano.

O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, afirmou que o banco não vai mais financiar grandes empresas, atuando apenas em investimentos específicos e de longo prazo. “A carteira de pessoa jurídica caiu 30%, sobretudo em capital de giro. Em infraestrutura não caiu, porque a Caixa é o principal financiador de saneamento”, comentou Guimarães. “As operações [de grandes empresas] estão vencendo e não vamos renovar. Quando você não renova R$ 8 bilhões da Petrobras, faz uma diferença muito grande”, acrescentou.

A carteira de pessoa física subiu 0,9% no trimestre e caiu 4,2% no ano, para R$ 81,458 bilhões. O estoque de financiamentos à habitação, principal modalidade da Caixa, atingiu R$ 456,328 bilhões no fim de setembro, alta de 0,9% no trimestre e de 3,6% em 12 meses.

Ele afirmou ainda que a Caixa fará um processo de securitização da sua carteira e que o banco não precisa ter uma carteira imobiliária tão grande. “Não precisamos ter R$ 400 bilhões em carteira imobiliária, podemos ter R$ 300 bilhões”. Também voltou a dizer que, após inovar com financiamento imobiliário corrigido pelo IPCA, agora o banco pretende oferecer, a partir de março de 2020, crédito habitacional pré-fixado.

A carteira de infraestrutura encolheu 2,2% no trimestre e 1,7% em um ano, para R$ 81,748 bilhões.

A inadimplência da carteira total ficou em 2,38%, de 2,46% no segundo trimestre e 2,44% no terceiro trimestre do ano passado.

Demissão voluntária 
O presidente da Caixa afirmou que 2,5 mil funcionários saíram no programa de demissão voluntária (PDV) concluído recentemente pelo banco, e que já foi lançada outra edição para 1 mil. “Foi uma demanda dos funcionários, já temos adesões”.

Segundo ele, como a Caixa está chamando quase 2,8 mil pessoas que passaram em concurso, com a saída de cerca de 3,5 mil funcionários nesses dois PDVs, a folha de pagamento do banco deve ter uma pequena redução líquida.

Guimarães afirmou ainda que, ao contrário de outros bancos que estão fechando agências, a Caixa vai seguir abrindo novos pontos de atendimento, como agências, correspondentes bancários e lotéricas. A meta é ter cobertura em 100% dos municípios até março de 2020. Atualmente, o banco não está presente em 155 cidades. (Fonte: Valor Econômico)

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