Até quinta-feira (4) eram 175 casos de explosões; Caixa vai reduzir a quantidade de dinheiro nos finais de semana
Desde janeiro, foram registrados no Paraná pelo menos 325 ataques a bancos. Segundo informações do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região (Sindivigilantes), foram 175 explosões de caixas eletrônicos, 93 arrombamentos e 57 assaltos até esta quinta-feira (4) em todo o Estado. Diante da situação, a Caixa Econômica Federal (CEF) anunciou que irá desabastecer os caixas eletrônicos das agências de Curitiba e Região Metropolitana no final de semana por conta do risco de ataques e explosões.
Procurada, a assessoria de comunicação do banco informou que a decisão de desabastecer os terminais se trata de uma medida de segurança contra ataques de criminosos. A Caixa não quis informar o número exatos de ataques registrados neste ano, mas levantamento do Sindicato dos Vigilantes aponta que a CEF foi alvo de pelo menos oito ataques desde novembro. O número, porém, pode ser maior, já que os dados são feitos a partir de informações publicadas pela imprensa e, em muitos casos, o banco vítima do ataque não é identificado. A medida anunciada pela Caixa irá prejudicar os usuários e, segundo a polícia, não terá efetividade alguma. É o famoso “tampando o sol com a peneira”. Para se ter uma noção, em 2013 foram registradas 102 ocorrências no primeiro semestre e outras 104 no segundo, totalizando 206 ataques durante o ano.
Em 2014, foram 333 até ontem, um aumento de 61,65%. Para a polícia e o Sindicato dos Vigilantes, os bancos, mais do que vítimas, são um dos principais culpados pela situação, já que não investem o que deveriam e como deveriam na parte de segurança. No final, o prejudicado acaba sendo a população.
“A atuação dos bancos na tentativa de prevenir os ataques é absolutamente inadequada. As agências não são cercadas da segurança necessária, deveriam contar com dispositivos que inviabilizassem a lucratividade dos crimes”, aponta o delegado-titular do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) da Polícia Civil, Luiz Alberto Cartaxo Moura.
“Se todos os caixas tivessem o dispositivo que mancha as notas quando ocorre a explosão, se a condição de imagem das câmera de segurança fossem melhoradas, fatalmente teríamos muito menos crimes desse tipo”, avalia.
“Hoje os investimentos do banco em segurança são para salvaguardar o dinheiro no cofre da agência. Em questões mais simples, porém, eles não investem. Eles se preocupam em lucrar cada vez mais e economizam numa área tão importante, que é a segurança”, lamenta o secretário do Sindivigilante, Carlos Henrique Machado.
“Isso aí (a medida de reduzir o numerário nos caixas eletrônicos nos finais de semana) vai trazer um prejuízo sério para o usuário e não vai resolver o problema. O caixa eletrônico não é um patrimônio só do banco, é também da população, que vai sofrer com essa medida. Para acabar com a pulga estão matando o cachorro, mas isso não vai resolver nada”, critica Cartaxo.
“O que a Caixa Econômica está fazendo é um desserviço. Os bancos não investem o que deviam em segurança e quem tem de pagar é a população”, reclama Carlos Henrique.“São muitas quadrilhas agindo”, afirma delegado. (Fonte: Bem Paraná)