Segundo o magnata da JBS, o advogado que foi apresentado para ele havia oferecido livre acesso ao juiz da Greenfield (André de Oliveira)

No dia 27 de abril de 2017, o dono da JBS, Joesley Mendonça, foi prestar um depoimento complementar (por espontânea vontade) na sede da Procuradoria Geral da República, em Brasília.

A razão do depoimento foi esclarecer porque ele havia dito, em conversa gravada com o presidente Michel Temer, que teria comprado um procurador por 50 mil reais mensais, além de dois juízes – todos integrantes da Operação Greenfield.

No depoimento, Joesley diz que em um momento inicial a história não passava de uma “bravata”, inspirada em coisas que o advogado Willer Tomaz, representante da JBS na Operação Greenfield, havia lhe dito.

Contudo, com o passar dos dias, Joesley diz que teria percebido que o que Tomaz havia narrado – e que ele havia usado para contar sua “bravata” ao presidente Michel Temer – era algo que, de fato, estava acontecendo.

Segundo Joesley, o advogado Tomaz, que foi apresentado para ele por um conhecido, havia oferecido, dentre seus serviços, livre acesso ao juiz Ricardo Soares Leite, suplente da 10ª Vara, onde a Greenfield se desenrolava.

O “serviço”, que estava inclusive determinado em contrato, nunca foi entregue. O que, de fato aconteceu, é que Tomaz tinha acesso a informações sigilosas da Greenfield por meio de um dos procuradores da operação, Ângelo Goulart Villela, que era seu amigo próximo.

O procurador Goulart Villela foi preso nesta quarta-feira, 18, e, segundo suspeita de Joesley, estava sendo comprado pelo advogado Tomaz.

 

Segundo o dono da JBS, ele nunca deu o aval para que o advogado comprasse o procurador, mas teria baseado sua conversa com Temer – e consequentemente o que classificou como “bravata” – nesses fatos, já que Tomaz teria mencionado que daria uma “ajuda de custo” de 50 mil reais mensais para Goulart Vilella. (Fonte: El País)

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