Orebaixamento na nota para a economia do Brasil, anunciado hoje (24) pelaagência de classificação de risco Standard & Poor's, pode levar a umaredução de investimentos estrangeiros no país, apesar de o Brasil ainda mantero grau de investimento, também conhecido pelo termo em inglês investment grade,mas agora com viés negativo. A avaliação é do economista Gilberto Braga,professor do Instituto Brasileiro de Mercados de Capitais (Ibmec-Rio).
Aagência de classificação de risco Standard & Poor's diminuiu a nota para aeconomia brasileira, de BBB para BBB-, a nota de risco em moeda estrangeira delongo prazo do país com perspectiva neutra, o que indica que a classificaçãonão será rebaixada nos próximos meses.
“Significamenos investimento estrangeiro para o país, na medida em que uma série deinvestidores internacionais têm regras para decisão de investimento e algumasdessas exigem que se tenha o investment grade ou investimento pleno. É umrebaixamento dentro do grau, que em vez de neutro, passa a ser um grau a menos.Isso certamente poderá afastar alguns investidores estrangeiros. Alguns fundosde pensão americanos exigem BBB pleno para cima”, disse Braga.
Oeconomista considerou que o rebaixamento foi um sinal de atenção para ogoverno. “É uma luz amarela. Luz vermelha seria se perdesse o grau deinvestimento. Mas se o Brasil não tomar cuidado, isso pode ocorrer. É como serreprovado na escola. Se o Brasil fosse um estudante, teria ficado emrecuperação, ainda dá para passar, mas também pode ser reprovado. Tem que abriro olho e se esforçar.”
Parao economista Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador da área de EconomiaAplicada da Fundação Getulio Vargas (FGV), o rebaixamento da nota de crédito doBrasil “é fruto da política adotada pelo governo nos últimos anos”.
Segundoele, o governo não está cumprindo as metas de superávit primário desde 2009.Além disso, afrouxou a política fiscal, o que aumentou o risco do país. Aomesmo tempo, a taxa de crescimento da economia não retomou o ritmo esperado.
“Achoque o resultado dessa política acabou criando condições para esserebaixamento”, disse o economista da FGV, para quem já havia uma preocupação nomercado. Ele acrescentou que os cortes no orçamento anunciados recentementepelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, já demonstravam essa preocupação.

Fonte:Agência Brasil
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