Um estudo realizado pelo Serviço deProteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de DirigentesLojistas (CNDL) mostrou que 54% dos consumidores brasileiros foram vítimas defraude nos últimos 12 meses. O levantamento, feito de 11 a 13 de fevereiro,ouviu moradores de todas as capitais brasileiras.
As fraudes mais comuns foram propagandaenganosa, entrega de serviço  diferentedo contratado, dificuldades para acionar a garantia de um produto e oabastecimento do carro com combustível adulterado. Muitos consumidores, noentanto, não perceberam a fraude quando ocorreu. Do total de entrevistados, 28%confirmaram terem sido “vítimas de fato”. Outros, porém, confirmaram ter sidovítimas de golpe apenas mediante outras perguntas indicativas de situações defraude.
O estudo não revelou um perfil típicodas vítimas, como idade ou grau de escolaridade, mas mostrou que uma grandeparcela de brasileiros se expõe a muitas situações de risco todos os dias.Foram feitas perguntas sobre o comportamento das pessoas em situações comodirigir acima do limite de velocidade ou mudar as senhas de e-mail ou cartões.
As respostas classificaram osentrevistados como suscetíveis a baixo, médio e alto risco. Dentre todos aspessoas questionadas, apenas 17% foram classificados como de baixo risco –expostas a até, no máximo, duas situações de risco – enquanto 43% foramconsiderados de alto risco – expostas a cinco ou mais circunstâncias perigosas.
“Isso indica que, no geral, oconsumidor brasileiro tende a ter um comportamento não muito cuidadoso, o que,segundo o estudo, também aumenta a probabilidade de a pessoa ser vítima de umafraude”, explica o gerente financeiro do SPC Brasil, Flávio Borges. De acordocom a pesquisa, oito entre dez brasileiros estão sujeitos a alto ou médio riscode fraude.
O estudo mostrou, porém, que 57% dosentrevistados enquadrados na categoria “baixo risco” foram vítimas de fraudesnos últimos 12 meses, uma margem maior do que aqueles classificados como de“alto risco”. Desse grupo, 53% foram vítimas. Isso demonstrou uma mudança de comportamentodas pessoas após terem sido enganadas. “Como vivenciar situações de fraude éruim e traumático, é natural que o consumidor adote posturas diferentes diantede novos casos”, diz Borges.
O SPC tem uma série de orientações paraque o consumidor não caia em golpes aplicados na internet, na rua ou porempresas: é preciso saber de quem se compra determinado produto ou serviço ecertificar-se da idoneidade da empresa. Serviços do SPC Brasil, como oRelatório Completo de Empresas e o Localiza Empresas disponíveis para compra naloja online, ajudam o consumidor a conhecer a reputação da empresa, por meio deum amplo relatório de informações cadastrais e creditícias, dependendo daescolha do produto.
Quando o produto oferecido tem preçomuito inferior aos do mercado, é preciso pesquisar sobre a reputação daempresa. E deve-se exigir sempre nota fiscal. O SPC recomenda também a leituraatenta dos contratos e termos de garantia, antes de serem assinados. Em muitoscasos, nem tudo o que está escrito em um contrato é legal, o que faz com quealgumas cláusulas, na prática, sejam nulas. Em caso de dúvida, deve-se consulteserviços especializados.
No caso de abastecimento de veículos, aorientação é abastecer sempre no mesmo posto, que tenha uma bandeira confiável.Assim, o motorista poderá acompanhar o rendimento e o desempenho do veículo.Segundo o SPC, esse cuidado também facilita na hora de cobrar uma possívelindenização, caso o posto tenha vendido gasolina adulterada.
Outro cuidado é com os bancos que nãocostumam se comunicam com os clientes por e-mail. O consumidor deve desconfiarquando receber extratos ou faturas do banco por e-mail, alerta o SPC. Tambémnão é recomendável confirmar dados pessoais ou bancários por telefone. Casotenha que atualizar algum cadastro, procure pessoalmente a empresa ou liguediretamente no serviço de atendimento ao consumidor. O consumidor deve evitar oacesso a seu e-mail ou ao site do banco do qual é cliente em computadorespúblicos e instalar um antivírus em seu celular e no computador pessoal,atualizando-o e fazendo a varredura com frequência.

Ao terminar a consulta a sites comsenhas, inclusive de bancos, programas e redes sociais, o consumidor deve usaro botão "sair", ou equivalente, para evitar que seus dados pessoaisfiquem armazenados no computador. No caso dos cartões de crédito, deve-se optarpelos que têm chip, que, além de dificultarem a clonagem, exigem a senha docorrentista. Por fim, o SPC alerta que deve-se desconfiar de resgates deprêmios oferecidos presencialmente, por e-mail ou SMS em que seja necessáriodepositar algum valor para recebimento da quantia ou prêmio. (Fonte: CorreioBraziliense)
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