O número de bancos vem caindo nosprincipais países e as grandes instituições financeiras estão cada vez maiores,mostra um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgado nasegunda-feira, 31 de março. No Brasil, o relatório mostra que a concentração dosetor também subiu e os três maiores bancos do País, que em 2006 respondiam por35% dos ativos bancários, passaram a responder por 55%.
A concentração é ainda maior em paísescomo Canadá, França e Espanha, onde os três maiores bancos possuem mais de 60%dos ativos do setor. Em média, destaca o FMI, esse porcentual é de 40% nas economiasavançadas e em emergentes.
"O alto grau de concentração trazum alto grau de potencial risco sistêmico. Problemas ou a falência de um dostrês maiores bancos podem desestabilizar todo o sistema financeiro de umpaís", alerta o FMI no estudo. Em parte, porque as operações de tal banconão podem ser facilmente substituídas por outra instituição. Outro motivo épela alta interconexão do banco quebrado com outras instituições financeiras.Além disso, a falência pode provocar uma crise de confiança de todo o sistema,destaca o estudo.
O número de bancos caiu em paísesavançados e emergentes. Nos EUA, por exemplo, havia 10 mil bancos em 2000 eagora há aproximadamente 7 mil. No Japão, eram 850 e o número caiu para cercade 650. Na Índia, o total de bancos baixou pela metade, de 300 para 150. Muitosdestes bancos faliram na crise de 2008, mas em vários países os própriosgovernos encorajaram a consolidação do setor bancário, ressalta o FMI.
Ao mesmo tempo, o peso do setorbancário na economia aumentou em diversos países e a participação dos ativosfinanceiros no Produto Interno Bruto (PIB) cresceu nos últimos anos. Nos EUA,por exemplo, passou de 70% em 2000 para quase 90%. Na zona do euro, de 250%para 350% no mesmo período. O estudo não traz os números do Brasil.
"Os bancos continuam a ficarmaiores e há menos bancos em operação", destaca o FMI no material enviadoà imprensa comentando o estudo. O documento faz parte do relatório EstabilidadeFinanceira Global, que será divulgado na íntegra na reunião do FMI que começadia 7 de abril em Washington.
No relatório, o FMI também recomendaque os governos reforcem as reformas nos grandes bancos. Desde a crise de 2008,com a quebra do Lehman Brothers, progressos foram feitos, mas a agenda demudanças ainda está incompleta e os reguladores têm injetado bilhões paraevitar problemas ou a quebra de grandes instituições.
Apenas na zona do euro, a estimativaapresentada no estudo do FMI é que os governos despejaram cerca de US$ 300bilhões nos grandes bancos em 2012. Nos Estados Unidos, foram quase US$ 70bilhões. Estes números têm aumentado desde 2009 e são chamados pelo FMI de"subsídios implícitos".
O estudo do FMI usou uma amostra de 100bancos considerados sistemicamente importantes, incluindo o Banco do Brasil(BB) e o Bradesco, entre os brasileiros. Vários são dos EUA, como Citigroup,JPMorgan Chase e Bank of America, e da Europa, como o BBVA, Santander, ABN Amroe BNP Paribas.
O FMI ressalta que a proteção dosgovernos aos grandes bancos cria vários problemas, como um ambiente decompetição desigual com as instituições financeiras menores e a possibilidadede tomada excessiva de riscos pelos grandes bancos. O resultado é que ocontribuinte pode ter de pagar a conta se o banco quebrar e precisar sersocorrido pelo governo, como ocorreu nos EUA na crise de 2008. Só o Citibank,terceiro maior banco americano, precisou de um pacote de ajuda de Washington deUS$ 45 bilhões.
O FMI avalia que a possibilidade deacabar com o apoio dos governos aos grandes bancos parece improvável. Issopoderia, por exemplo, gerar problemas de confiança no setor bancário. Mas nasrecomendações de reformas do setor, o Fundo argumenta que os reguladoresprecisam trabalhar para evitar problemas financeiros nesses bancos. Assim,poderiam reforçar as exigências de capital, como já vem acontecendo com osEstados Unidos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. (Fonte BemParaná)


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