Enquantoa taxa básica de juros, a Selic, subiu 3,75 pontos percentuais de abril do anopassado até agora (de 7,25% para 11% ao ano, em elevação anunciada nestaquarta-feira), na ponta do consumidor os juros subiram 8,55 pontos percentuaisno mesmo período, segundo levantamento feito pela Associação Nacional dosExecutivos de Finanças (Anefac).
Naponta do lápis, a taxa média de juros para pessoa física saltou de 88,61% para97,16% ao ano, nos últimos 12 meses. Mas, individualmente, algumas linhasficaram muito mais caras: no cartão de crédito, por exemplo, o juro subiu de192,94% para 216,5%, ou seja, 23,56 pontos percentuais. No comércio, foi de60,10% para 68,8% (alta de 8,7 pontos percentuais).
Spread bancário
Oaumento maior do que a Selic gerou uma elevação do chamado “spread” bancário(diferença entre o que os bancos pagam pelos recursos e o que cobram dosclientes), mesmo com queda da inadimplência. Em abril do ano passado, o spreadbancário de pessoas físicas estava em 25,4 pontos percentuais. Em fevereirodeste ano, subiu para 28,7 pontos percentuais.
“Ospread é composto pelo lucro dos bancos, pela taxa de inadimplência, por custosadministrativos, pelos depósitos compulsórios e pelos tributos cobrados pelogoverno federal, entre outros custos”, explica o professor de Finanças doInsper, Ricardo Rocha. “Com um ambiente econômico pior, quem empresta vaitentar se defender, já que os empréstimos têm prazos mais longos”, explica oprofessor do Insper.
MiguelRibeiro de Oli­veira, economista responsável pela pesquisa da Anefac, confirmaque a piora nas expectativas para a economia estão puxando as taxas. “Osbancos, o comércio e as operadoras de cartão estão repassando ao consumidor asexpectativas piores para a economia nos próximos meses e a Selic se descoloudos juros cobrados do crédito. Quando o Banco Central eleva o juro, o paíscresce menos, a inadimplência aumenta, o desemprego tende a aumentar”, explicaOliveira.
Diferença na prestação éirrisória
Comoa Selic já está muito descolada dos juros ao consumidor, o novo aumento da taxabásica deve ter pouco impacto nas operações de crédito. Uma simulação feitapela Anefac mostra que a taxa de juro mensal na compra de uma geladeira (foto)deve subir de 4,46% para 4,48%. Ao fim de 12 meses, o consumidor deverá pagaragora R$ 1.971,73, uma diferença de apenas R$ 2,26 antes da alta da Selic. Quemusar o cheque especial em R$ 1 mil, por 20 dias, pagará juro de R$ 54 frenteaos R$ 53,87 de antes da alta da Selic. (Fonte: Gazeta do Povo)


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