O nome do mecanismode avaliação trimestral dos caixas do Itaú se chama Trilhas de Carreira. Mas osbancários ainda não sabem aonde esta trilha vai dar. Por enquanto, o destinoparece ser o adoecimento, uma vez que os trabalhadores são castigados porproblemas técnicos que os impedem de cumprir as etapas do programa. Com metascada vez mais altas, a pressão pode adoecer.
No programa, ofuncionário ganha nota de 1 a 5 sobre seu desempenho. São levadas emconsideração na avaliação a produtividade (vendas de crédito, produtos,consignado, PIC, seguros e afins) e a qualidade do atendimento ao cliente,entre outros pontos. Quem fica abaixo da média 3 está “inapto” e pode serdemitido. Já quem alcança a nota 5 está apto a desenvolvimento ou promoção.
Mas o que é precisopara alcançar as metas? Basicamente, vender produtos no caixa e atingir bonsnúmeros de autenticações. No entanto, os caixas precisam sair do seu posto detrabalho para ficar no autoatendimento, onde também é possível vender produtos,mas não ganhar pontuação por isso. Alguns gestores alegam que o funcionário noautoatendimento pode alavancar a nota dele por conta do Agir da agência. No entanto,esse item representa apenas 15% na nota final do Trilhas.
O trabalhador nãoconsegue efetuar o login pelo caixa eletrônico, e sabemos que esseaperfeiçoamento tecnológico irá demorar de três a seis meses. Enquanto isso, ocaixa interrompe o trabalho que renderia vendas e autenticações e passa apontuar somente no Agir, ou seja, para a agência, e não para ele.
Por enquanto oprograma serve apenas para tornar as metas ainda mais difíceis de alcançar. Ométodo de avaliação é injusto. Nossa reivindicação ao banco é que enquanto amudança no sistema não for feita, os trabalhadores não devem ser direcionadosao autoatendimento.
É uma estratégia paraaumentar a produtividade do banco, mas sem levar em consideração as pessoas queestão por trás desse processo. O resultado também prejudicará o Itaú, poistrabalhar doente, afastado pelo INSS, é responsabilidade da empresa, e osadoecidos poderão até entrar com ações trabalhistas comprovando que oadoecimento foi ocupacional. A ambição desenfreada resulta em um pensamentoequivocado de gestão e o maior lesado é o funcionário.
Aprendizes
Outro problemadenunciado é que em algumas agências de maior porte quem fica noautoatendimento são jovens aprendizes, assistentes de autoatendimento ouestagiários. E por qual motivo nas agências de pequeno porte é necessário que ocaixa ou até mesmo o gerente operacional cuide dessa área? Esta diferenciaçãoprovoca um desconforto, já que a direção do banco coloca alguns em situaçãomelhor que outros. Todos deveriam ter condições iguais em seus cargos,independente do porte da agência.


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