Reduçãoda jornada de trabalho para 40 horas, fim do fator previdenciário, continuidadeda política de valorização do salário mínimo e correção da tabela do Imposto deRenda são algumas das reivindicações que as seis principais centrais sindicaisdo país pretendem levar para a “8ª Marcha da Classe Trabalhadora”, previstapara esta quarta-feira, em São Paulo.
Aolongo do trajeto, que começa na Praça da Sé, às 10h, e segue até o vão do Museude Arte de São Paulo (Masp), na avenida Paulista, os sindicalistas esperamreunir 50 mil pessoas. Segundo Miguel Torres, presidente da Força Sindical, amarcha é uma forma da classe trabalhadora pressionar o governo e o CongressoNacional a avançar na pauta de reivindicações dos trabalhadores, que contémainda agilidade na reforma agrária, valorização das aposentadorias, fim dosleilões do petróleo, mais verbas para a educação e saúde públicas e redução dastaxas de juros.
—A nona alta consecutiva dos juros e a política econômica adotada pelo governojá têm consequências nas fábricas, que reduzem a produção e cortam empregos —afirmou Torres, lembrando que a ideia dos sindicalistas é de repetir o númerode manifestantes que participou da marcha no ano passado, em Brasília, que contoucom cerca de 50 mil pessoas.
Osdirigentes sindicais querem aproveitar o calendário eleitoral para darvisibilidade aos principais pontos da pauta de reivindicações, definidas háquatro anos em um congresso que reuniu as seis centrais. Eles também consideramque a atual queda nos índices de popularidade da presidente Dilma Rousseff naspesquisas, além dos escândalos na Petrobras, devem forçar o governo federal ase voltar para as centrais, que poderão ajudar a presidente na disputaeleitoral.
—Vamos pressionar e cobrar do governo o andamento da pauta da classetrabalhadora — disse Wagner Gomes, secretário-geral da Central dos TrabalhadoresBrasileiros (CTB).
ParaRicardo Patah, presidente da UGT, apesar das posições diferentes entre as seiscentrais, a defesa da classe trabalhadora é o foco central da marcha e dossindicalistas: — É por isso que estamos empenhados em levar o maior número detrabalhadores e trabalhadoras para a marcha.
Jáo secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, disse que o governo já conhece asreivindicações, mas, mesmo assim, as centrais vão divulgar um documento durantea marcha que será entregue novamente à presidente e aos presidentes do Senado,da Câmara dos Deputados e do Tribunal Superior do Trabalho.
Segundoele, é preciso pressionar o governo em todas as instâncias e os empresários,“que apesar dos benefícios que tiveram com as desonerações fiscais, aindamantêm uma alta rotatividade de mão de obra no país”. (Fonte: Globo.com)