Como novo aumento da taxa básica de juros para 11% ao ano, as aplicações em rendafixa, como os fundos de investimento, Tesouro Direto e CBD, passaram a ser maisrentáveis que a poupança em diversas circunstâncias. Exceto para aquelesinvestidores que precisam de liquidez acima de tudo, a recomendação é pesquisare estar atento a outras opções. No período de dois anos, o rendimento em outrasaplicações pode ser até 25% maior do que o verificado na caderneta.
Amudança veio com mais um aumento na taxa Selic. Depois de um longo período dequedas, as sucessivas altas voltam a fazer dos fundos de renda fixa atreladosaos juros boas opções de investimento. De acordo com a Associação Nacional dosExecutivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), o rendimentoanual do Tesouro Direto, por exemplo, passa a ser de 8,54%. Os fundos DI comtaxa de administração de 1% rendem 8%, enquanto na poupança o dinheiro sevaloriza apenas 6,8% nas atuais condições.
Segundocálculos da Anefac, as cadernetas de poupança vão continuar mais interessantesfrente aos fundos de renda fixa quando a taxa de administração cobrada nestasaplicações financeiras forem superiores a 2,5% ao ano. “Mas são taxasnegociáveis. Não é preciso ter uma grande quantia investida para conseguircondições melhores”, afirma o diretor-executivo da associação, Miguel Ribeirode Oliveira.
Naopinião do especialista em finanças pessoais Armando Cruz, os fundosconcorrentes só valem a pena quando ficam aplicados por mais de 24 meses,quando geralmente o desconto do Imposto de Renda é menor. “Não adianta trocar odinheiro sem se planejar e ter um objetivo em vista. A poupança ainda éatraente pela facilidade, mas quem tem o mínimo de informação sobre as outrasopções deve ponderar se vale a pena passar a investir de forma diferente”,explica.
Segundoele, não é recomendável tirar o dinheiro que já está aplicado na poupança, masavaliar se as novas economias não devem ser diversificadas. “Não pareceprovável no curto prazo, mas a poupança pode voltar a ser mais interessante. Aspessoas não devem mudar o dinheiro de investimento, principalmente se for a‘poupança antiga’”, completa. As poupanças anteriores a maio de 2012 contam comum rendimento diferente em cenário de juros baixos e são levemente maisrentáveis.
Tesouro muda para atrairiniciantes
Ogoverno federal vai promover uma reformulação no Tesouro Direto, sistema de negociaçãode títulos do Tesouro Nacional. Novos nomes para as modalidades de investimentoe produtos mais simples terão como objetivo atrair o investidor iniciante.
Oobjetivo é conquistar de vez os investidores que costumam flertar com ostítulos públicos, mas não têm coragem de se arriscar. Atualmente, os títulos doTesouro têm nomes complicados e usam siglas ainda mais confusas, como NTN eLTF. “Para o investidor com menos conhecimento, essas letras não querem dizernada. A mudança é fundamental”, explica o especialista em finanças pessoaisArmando Cruz. Segundo a gerência de relacionamento do Tesouro, as mudanças devemser oficializadas em junho.
Outrodesafio é tornar mais clara a forma de remuneração dos títulos na hora dacompra. “É um retorno mais elaborado que o conferido na poupança, mas não é tãosimples perceber”, afirma Cruz.
Ostítulos já foram criados como forma de atrair o pequeno investidor – oinvestimento mínimo é de R$ 30 e a compra e venda dos papéis é feita pelainternet.
Entreoutras mudanças, estão o cancelamento do pagamento semestral de alguns títulose a venda de papéis sem intermediários. Uma possibilidade, inclusive, seria acompra dos títulos por boleto bancário. “É uma aplicação extremamente segura eque deveria ser mais popular. As mudanças podem ser muito úteis para o pequenoinvestidor”, afirma o diretor-executivo da Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira.
70%foi a queda da captação líquida (diferença entre depósitos e saques) no mês demarço de 2014, em relação ao mesmo período do ano passado, em um indicativo deque a competitividade com fundos de investimentos abalou a popularidade dapoupança. Em março, os depósitos somaram R$ 118,4 bilhões na caderneta, e asretiradas, R$ 116,61 bilhões.
Prazos
Quandovale a pena
Fundospodem ser mais ou menos rentáveis, conforme o tempo de aplicação e a taxa deadministração.
•Até seis meses
Osfundos de renda fixa com taxas de administração de até 1,5% rendem levementeacima da poupança. A diferença é pequena e se o investidor busca liquidez, acaderneta ainda tem vantagem.
•Entre seis meses e dois anos
Valea pena o investimento em maior parte dos fundos de renda fixa. A poupança rende0,55% ao mês, enquanto os concorrentes podem render de 0,56% a 0,67% ao mês.
•Acima de dois anos

Somentefundos com taxas de administração superiores a 3%, perdem para os rendimentosda poupança. Neste caso, vale mais a pena renegociar os termos da aplicação como banco. (Fonte: Gazeta do Povo)
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