Ex-presospolíticos e jovens da Frente do Esculacho Popular (FEP) protestaram nestaquarta-feira diante do prédio da Federação das Indústrias do Estado de SãoPaulo contra o papel da instituição e de empresas durante a ditadura(1964-1985).
Opresidente da Comissão Estadual da Verdade, Adriano Diogo, que também foi presoe torturado, citou os nomes de empresas cujos dirigentes e emissários aparecemem depoimentos e documentos do período. Uma artista, com uma máscara de gorila,exibia o nome de um funcionário da Fiesp que, segundo documentos do Dops,visitava regularmente o local. Na outra mão, a “gorila” exibia um cartaz com onome do fundador do Banco Itaú, Olavo Setubal, falecido em 2008.
-Exigimos que a Fiesp faça uma retratação pública e a reparação às famílias queforam atingidas por seu apoio à repressão - disse Ivan Seixas, ex-presopolítico e membro da Comissão da Verdade e da Comissão dos Familiares de Mortose Desaparecidos Políticos.
Outraex-presa e militante de direitos humanos, que atua nas comissões da Verdade ede Familiares, Maria Amélia Teles, a Amelinha, afirmou:
-Viemos mostrar nosso repúdio à participação do empresariado e da Fiesp não sóno golpe como em todo o aparato repressivo que torturou e matou pessoas durantea ditadura. Aqui, na Fiesp, tem de ter um centro de memória e verdade paracontar a história dos trabalhadores perseguidos.
Entreos participantes do protesto, estavam a ex-guerrilheira do Araguaia Crimeia deAlmeida, viúva de André Grabois; Denise Crispim, viúva de Eduardo Collen Leite,o Bacuri, e Angela Almeida, viúva de Luiz Merlino.
Commúsicos de uma fanfarra, o protesto reuniu cerca de 40 pessoas e quase seperdeu em meio à marcha dos trabalhadores na Paulista, que reuniu milhares depessoas na avenida, munidas de balões gigantes e carros de som. Apesar de amarcha acontecer no mesmo lugar, os trabalhadores da marcha não aderiram àmanifestação sobre a ditadura.
Emnota à imprensa, a Fiesp afirmou que “tem se pautado pela defesa da democraciae do Estado de Direito, e pelo desenvolvimento do Brasil. Portanto, eventos dopassado que contrariem esses princípios podem e devem ser apurados”. O Itaútambém se manifestou por meio de nota: “O Itaú respeita manifestaçõespacíficas, diversidade de pensamentos e ideias e a democracia, mas reitera quenunca defendeu qualquer posição política”. (Fonte: O Globo)


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