Ofalecimento do ex-presidente do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), ByronQueiroz, em seguida à renúncia do presidente da Instituição, Ary Joel Lanzarin,coloca em foco as últimas gestões do Banco.
Nãoé exagero atribuir à gestão Byron (mar-1995/fev-2003) a pior fase pela qual oBNB passou.  Foi nesse período que oBanco foi fragilizado a ponto de ainda hoje amargar consequências dos atospraticados contra a Instituição e seus Recursos Humanos. Não há dúvida de que omodelo implantado por ele, sob a orientação neoliberal do governo FernandoHenrique Cardoso, e com sustentação política do então mandatário político doEstado do Ceará, o ex-governador Tasso Jereissati, conspiraram contra osobjetivos que se espera de um Banco de desenvolvimento, cuja missão é reduziras desigualdades da nossa região. Foi uma gestão marcada por denúncias decorrupção, improbidade administrativa, apadrinhamento político, autoritarismo,arbitrariedades contra funcionários da ativa e massacre aos aposentados, comcentenas de demissões sem justa causa e até suicídios...
Éfato também que a gestão Byron continua “viva” para muitos – tanto para os queforam prejudicados com a política autoritária, truculenta e desumana com queadministrou o Banco (maioria absoluta), quanto para os que se beneficiaram comesquemas ou privilégios. No entanto, não se pode admitir que todos os males queafligem os trabalhadores do Banco e enfraquecem a Instituição atualmentedecorrem apenas desse “fantasma”. Se, passados exatos 11 anos desde a suasaída, e muitas de suas “ações” permanecem, é porque, no mínimo, não houvevontade política e administrativa dos que o sucederam em superá-las. Pelocontrário: diante da “omissão”, as confirmaram!
Talvez,não a pior, mas uma marcante maldade entre as tantas praticadas, e quepermanece, seja o esfacelamento do plano de previdência complementar dosfuncionários (BD – Capef), quase levado à bancarrota, fazendo com que quem seaposenta hoje no BNB perca em torno de 50% do salário quando na ativa, e aindatenha que arcar com uma contribuição – após aposentado – em mais de 21% - emtotal descompasso com o que estabelece o estatuto da Caixa e a próprialegislação, a qual determina que o benefício deve ser compatível ao saláriopercebido quando da aposentadoria e com base nos aspectos legais que vigiamquando da adesão ao Plano. Outro exemplo são os trabalhadores demitidos doBanco sem nunca terem retornado por medida administrativa e/ou acordo coletivode trabalho– o que é possível - e que já fora levado a cabo anteriormente, noBNB.
Paraa AFBNB, é preciso que se chame à responsabilidade as gestões desde a eraByron; que se traga à luz do debate político o que motiva e a quem servem osinteresses das administrações que estiveram à frente do BNB nos últimos anos.Assim, a Associação reafirma que não se pode admitir que o BNB seja tratadocomo “moeda de troca da barganha política”, cujos efeitos, nada satisfatórios,como a história tem comprovado, recaem sobre os trabalhadores; que a definiçãode cargos como a Presidência não seja fruto do leilão entre partidos e coronéisque se auto intitulam mandantes da situação; e principalmente que ostrabalhadores do BNB sejam respeitados, reconhecidos e valorizados.
Urgeno BNB a retomada de rumos, a reafirmação e direcionamentos do Banco como órgãode desenvolvimento - não subalterno à lógica perversa do mercado que sacrificaa sociedade em privilégios aos mandatários da economia e da política, por issotransgressora dos propósitos constitucionais da Instituição! É necessário,pois, a reversão de todos os atos maléficos do passado, tanto do ponto de vistainstitucional, quanto, sobretudo, em relação aos Recursos Humanos, tão carentesdo reconhecimento e do restabelecimento dos seus direitos.
Cabe,portanto, um esforço conjunto, mas também a compreensão dessa necessidadehistórica por parte da Administração do Banco, na perspectiva da busca dasolução para os problemas apontados junto aos órgãos que têm a competência paraa definição de políticas e medidas pertinentes, principalmente o governofederal. Para tanto, a AFBNB também reafirma seu compromisso e sua disposição.
AAFBNB ao lado dos Trabalhadores. Gestão Autonomia e Luta.
Fonte:AFBNB


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