Milhõesde trabalhadores no Brasil trabalham pressionados para atingirem metasestipuladas pelas empresas e para atingi-las correm, deixam de comer, deixam depassear, deixam de ficar com suas famílias e levam trabalho para casa.Acidentam-se e adoecem de todos os jeitos. Morrem muitas vezes depois de anos,sem que a doença que os leva à morte seja identificada como decorrente dotrabalho.
Milhõestrabalham em condições perigosas, escapam centenas de vezes dos acidentes e damorte. Outros milhares morrem. Foi o que aconteceu com Fabio Hamilton da Cruz,que ficou famoso porque trabalhava em obras famosas, sob o olho da imprensa, oItaquerão, onde ocorrerá a abertura da Copa do Mundo, em 12 de junho de 2014.
Ficoumais famoso ainda porque o atleta do século XX, Pelé, declarou que a morte deleera natural, pois acidentes acontecem. Triste declaração. Mais triste ainda ésaber que muitos e muitos pensam como ele. Que acidentes são inevitáveis e quesão resultado da negligência do trabalhador. Que o perigo é inerente a algunstrabalhos. Ora, se é inerente, há pouco o que se fazer, além do trabalhadorusar EPI. E é isso o que acontece. Pouco se faz para mudar o trabalho.
Quemperde com esse pensamento é a sociedade, pois perde milhares de pessoas domesmo jeito que perdeu Fabio. E quem sofre são os milhares de amigos efamiliares dos que se vão por ganância das empresas, por negligência e omissãodo Estado, não só no momento posterior ao ocorrido, mas sobretudo no cotidiano,quando considera o desenvolvimento econômico sem a proteção da vida dotrabalhador e suas famílias.
Naçãorica é onde os ricos andam de transporte público! Nação rica é nação sempobreza! Nação rica e solidária é onde o trabalho não mata e não adoece! MariaMaeno Médica e pesquisadora da Fundacentro (Fonte: Maria Maeno)


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