OBanco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou hoje (15)a conclusão da etapa de  inscrições parao concurso público de arquitetura  paraescolher o anteprojeto do prédio anexo da instituição. O edifício será erguidona Avenida República do Paraguai, em área próxima ao complexo do Morro SantoAntonio, no centro do Rio de Janeiro.
Foramrecebidas  64 propostas, provenientes de11 estados, das cinco regiões brasileiras. A relação dos concorrentes serápublicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (16).
A  seleção dos estudos preliminares se estenderáaté dia 13 de junho. Serão escolhidos cinco estudos, cujos anteprojetos arquitetônicos deverão serdesenvolvidos no prazo de 60 dias. O concurso tem previsão de ser concluído emoutubro deste ano. O projeto vencedor receberá prêmio bruto de R$ 1,2 milhão, cabendo aos quatro demais classificadosvalores de R$ 87,5 mil, R$ 75 mil, R$ 62,5 mil e R$ 50 mil, respectivamente.
Oedifício anexo será interligado à  sededa instituição e vai aproveitar vazios urbanos da área central da cidade,permitindo ao BNDES desocupar espaços hoje alugados. Com isso, o banco pretendereagrupar todos os seus empregados em um só conjunto de edifícios, o que irágerar economia para a instituição.
Oconcurso teve o apoio institucional do Conselho de Arquitetura e Urbanismo doRio de Janeiro (CAU-RJ) e, segundo o banco, foi formatado de maneira aconciliar “as melhores práticas da arquitetura com a Lei de Licitações e oatendimento pleno aos requisitos legais e recomendações do Tribunal de Contasda União (TCU)”.
Naavaliação do presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil, seção  Rio de Janeiro (IAB-RJ), Pedro da LuzMoreira,  a forma de organizar o concursonão está de acordo com as regras da União Internacional dos Arquitetos (UIA),órgão consultivo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência ea Cultura (Unesco).
Segundoo presidente do IAB-RJ, a principal questão, que  mostra a fragilidade do concurso lançado peloBNDES, é que “não há garantia de que o vencedor vai desenvolver o projetoposteriormente, até o final”. Moreira sustenta que um projeto de arquiteturanão pode ser fracionado.
Pedroda Luz Moreira argumentou hoje (15), em entrevista  à Agência Brasil, que “essa interpretaçãoerrada do que é o projeto, como se ele fosse alguma coisa que pode serfragmentada, está sendo apropriada pelo BNDES. E ela é uma interpretação muitoperversa  do que é um projeto dearquitetura, que tem autoria e  aresponsabilidade localizada”.
Opresidente do IAB-RJ acredita que esse projeto poderá apresentar problemas maisadiante. “Porque, quando você não tem essas questões localizadas, o controle, acobrança ficam muito complicados de ser feitos”. Ele afiançou que as críticasformuladas ao concurso do BNDES não tinham interesse corporativo, mas eram umaluta de defesa da própria sociedade civil, que deve ver antes o projeto, paraver se vale a pena investir.
Moreiraexplicou que, na medida em que o autor  éidentificado e responde por uma obra, a sociedade como um todo é muito maiscapaz de cobrar desse autor, porque a sua responsabilidade está claramente localizada,“ao contrário do que a gente vê hoje, com uma série de obras públicas em que a população não discute o projeto”.

Fonte:Agência Brasil
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