Odiretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino,disse nesta terça-feira (15/4) que o custo da energia comprada pelasdistribuidoras teve impacto de cerca de sete ou oito pontos percentuais nosreajustes tarifários aprovados pelo órgão regulador neste mês. Segundo ele, alémdo custo maior com o uso de termelétricas, por causa do baixo nível dosreservatórios, as distribuidoras tiveram mais gastos com a contratação deenergia no mercado livre, que é mais cara.
Nareunião da diretoria hoje, a Aneel aprovou reajustes para as distribuidorasEnergisa, Companhia Energética do Ceará (Coelce), Companhia Energética do RioGrande do Norte (Cosern) e Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia(Coelba). No dia 7 de abril, a Aneel reajustou as tarifas de outrasdistribuidoras: Centrais Elétricas Matogrossenses (Cemat), Companhia PaulistaForça e Luz (CPFL Paulista) e Cemig Distribuidora (MG). Os patamares dosreajustes ficaram entre 11% e 16%. Para amanhã (16), está previsto o reajusteda distribuidora AES Sul.
ACemig divulgou em sua página na internet e na TV comerciais responsabilizando ogoverno federal e a Aneel pelo aumento de 14,24% nas tarifas residenciais.Rufino esclareceu que a distribuidora pode recorrer da decisão da Aneel e queela não tem obrigação de aplicar o reajuste determinado pela agência, que é umteto para as tarifas. “A distribuidora tem prerrogativa de praticar tarifamenor que o teto, apenas precisa observar as regras estabelecidas, nãoprivilegiando determinados consumidores”, disse. Segundo Rufino, o pedido originalda Cemig para o reajuste era 29,74%.
Rufinotambém comentou a aprovação do edital do leilão de energia na manhã de hojepela diretoria da Aneel. Para ele, o preço-teto de R$ 271 estabelecido serácompetitivo, além do prazo de cinco anos e sete meses para o fornecimento deenergia. “Se fosse vender para um ano, talvez não fosse atrativo, mas, como éprazo mais longo, a expectativa é que aliando prazo e valor teto tenha um nívelde atratividade.”
Oleilão, marcado para o dia 30 de abril, servirá para que as distribuidoraspossam comprar energia que já está sendo gerada por hidrelétricas etermelétricas. Com isso, será reduzida a compra de energia no mercado livre, àvista, em que os preços são mais altos. Segundo Rufino, se o leilão não tiversucesso, poderá haver um aumento no valor do empréstimo que as distribuidorasterão que captar no mercado para pagar suas dívidas com geradoras de energia,previsto atualmente em R$ 11,2 bilhões.
Fonte:Correio Braziliense


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