O Itaú tem obrigado quem apresentaatestado com afastamento de mais de cinco dias a passar por consulta no médicodo trabalho contratado pela instituição financeira. O novo procedimento estásendo adotado no CAT (Centro Administrativo Tatuapé) e no ITM (concentração naVila Leopoldina) para operadores de atendimento e vem sendo muito criticadopelos trabalhadores.
De acordo com a direta do Sindicato dosBancários de São Paulo, Valeska Pincovai, representantes do Itaú dizem que amedida, em fase de testes, faz parte de um programa de prevenção e saúde do trabalhador.
Porém, para os funcionários, a faceta"boazinha" do banco não passa de uma forma de ampliar a perseguição ediscriminação aos adoecidos, afetados pelas próprias condições de trabalho -com metas abusivas e pressão constante.
Conflito de interesses
"O que os bancários falam é queessa mudança serve para mapear os doentes para perseguição e futura demissão.Além disso, é muita falta de ética, pois se o funcionário já passou por ummédico que o afastou, por que tem de passar por outro profissional?", questionaa dirigente sindical.
Segundo denúncias feitas ao Sindicato,o médico do Itaú poderá contestar o atestado apresentado. "Há aí umconflito de interesses, já que há probabilidade de médico contratado peloempregador não ser favorável ao trabalhador", afirma Valeska.
Transtornos
Outro problema é que, muitas vezes, osadoecidos não podem comparecer para levar o atestado. "O que é informadoaos funcionários é que quem não levar o atestado em 48 horas terá faltainjustificada. Ou seja, caso a pessoa não possa andar por causa de algumacidente ou doença e não tenha como mandar alguém levar, será prejudicada",critica a dirigente sindical.
A determinação de passar pelo médico doItaú é mais uma das recentes medidas que têm causado transtorno ao trabalhadorque precisa se afastar. Desde janeiro, bancários devem entregar documentosrelativos a afastamentos diretamente ao gestor imediato, algo que era feito noCentro Administrativo da Praça Patriarca.
Por se tratar de assuntos complexos,muitas vezes os gerentes deixavam os documentos nas gavetas, sem andamento.Assim, afastados chegaram a receber comunicações para se apresentarem - deoutro modo, seriam demitidos por abandono de emprego.
"Tudo isso só prova que o Itaú nãorespeita os trabalhadores e comprova nossa tese de que quando o trabalhadoradoece, por más condições de trabalho especialmente por cobrança de metas, nãoserve mais para o banco e é jogado fora. Vamos cobrar mudanças", afirmaValeska. (Fonte: SEEB SP)


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