Em 12 meses, número de empregos nobanco espanhol caiu 9%, com 4.833 vagas eliminadas. Balanço mostra ainda que lucrofoi de R$ 1,428 bilhões entre janeiro e março deste ano (Andréa Ponte Souza)
O Santander continua eliminando postosde trabalho bancário em ritmo acelerado. É o que mostra o balanço do bancoespanhol, divulgado na terça-feira 29. Apenas nos primeiros três meses desteano, foram extintas 970 vagas. Nos últimos 12 meses o estrago foi ainda maior,com o fim de 4.833 empregos. O número de funcionários, que era 53.484 em marçode 2013, chegou a março deste ano em 48.651. Além disso, a instituição fechou 150agências em 12 meses, sendo 58 apenas no primeiro trimestre deste ano.
O lucro líquido gerencial foi de R$1,428 bilhão no primeiro trimestre de 2014, aumento de 1,3% em relação aoquarto trimestre de 2013 e redução de 6% em relação ao primeiro trimestre doano passado.
"Enquanto isso a unidade daEspanha, que vive uma crise sem precedentes na história, teve um aumento de 24%se comparado ao mesmo período de 2013. O Brasil, ao contrário da Espanha, viveuma estabilidade econômica com pleno emprego, portanto, nada justifica estesresultados pífios a não ser a gestão equivocada de Jesús Zabalza (presidente doSantander Brasil) à frente da instituição no país.
Uma administração que para diminuirgastos, adota o corte de empregos, mandando para a rua pais e mães de família esobrecarregando os que ficam. Cortando café, água, pãozinho, alterando a rotados fretados, reduzindo vagas no estacionamento para pessoas com deficiência,alterando as notas de avaliação ou aumentando a metas no final do mês tendocomo único objetivo a redução do pagamento da variável.
É lamentável a forma como ostrabalhadores brasileiros estão sendo tratados. Os bancários do Santander estãosendo pressionados para além dos limites da capacidade humana, enquanto isso obanco oferece aos acionistas prêmios de 20% sobre o fechamento de papéis. É umtotal desrespeito”, critica a diretora executiva do Sindicato dos Bancários deSão Paulo e funcionária da instituição Rita Berlofa.
A dirigente lembra que o banco ocupa oprimeiro lugar no ranking de reclamações de clientes do Banco Central (BC).“Nenhuma empresa pode crescer sem de fato focar no cliente, e não há comoprestar um bom atendimento ao cliente com falta de funcionários. Está na horade o Santander substituir o mero discurso por ações concretas. Tem de parar comas demissões e passar a contratar, para que possa prestar serviços comexcelência e sair do desonroso lugar que ocupa como campeão de queixas ao BC.”
Despesacom pessoal
Com a redução de postos de trabalho nobanco, a despesa com pessoal se manteve praticamente inalterada em um ano.Somou, incluindo a PLR dos funcionários, R$ 1,760 bilhão entre janeiro e marçodeste ano, uma alta de apenas 0,4% em doze meses, ou R$ 7 milhões. Por outrolado, as receitas provenientes de tarifas e serviços, cobrados dos clientes,somaram R$ 2,633 bilhões no primeiro trimestre, alta de 1,8% em doze meses (ouR$ 47 milhões). Isso significa que só com esse montante, o Santander paga umafolha e meia de pessoal: a relação entre receita de serviços e tarifas edespesas de pessoal, que era de 147,5% no primeiro trimestre de 2013, subiu para149,6% em março deste ano.
Crédito
A carteira de crédito ampliada do bancosomou R$ 275,245 bilhões em março de 2014, com crescimento de 7,2% em dozemeses e queda de 1,6% no trimestre. Em comparação com dois dos maiores bancosprivados do país, Itaú e Bradesco, que já divulgaram seus balanços, ocrescimento do crédito foi menor na instituição espanhola. A carteira total decrédito do Itaú cresceu 11,4% em relação ao final de março de 2013 e apresentoupequena redução de 0,3% na comparação com o trimestre anterior. A do Bradescofoi ampliada em 10,4% em 12 meses e em 1,2% em relação ao quarto trimestre de2013.
O conservadorismo do banco em relaçãoao crédito não encontra justificativa, já que o índice de inadimplênciasuperior a 90 dias apresentou queda de 2 pontos percentuais em relação aoprimeiro trimestre do ano passado, ficando em 3,8% em março de 2014. Com isso,o Santander reduziu suas despesas com provisões para créditos de liquidaçãoduvidosa (PDD) em 19,2%, em relação a março de 2013.

“Nós, trabalhadores do Santander, vemoscom muita preocupação os resultados apresentados pelo banco. Mas para que osnúmeros sejam positivos é preciso que essa gestão pare de demitir e de levar osfuncionários ao adoecimento. Queremos paz para trabalhar”, conclui Rita.(Fonte: SEEB SP)
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