Ainflação e o elevado nível de endividamento provocam mudanças nos hábitos doconsumidor, que planeja mais as suas compras para não retirar do carrinhoprodutos que foram incluídos no período de alta da renda.
Fazercompra do mês, buscar embalagens econômicas e marcas mais baratas são práticasque têm se tornado mais comuns, de acordo com a Apas (Associação Paulista dosSupermercados).
"Aprioridade do consumidor é manter o seu bem-estar. Para isso, ele pode mudaralguns hábitos", diz João Galassi, presidente da Apas.
Eleressalta, porém, que o cliente ainda não precisou abrir mão de nenhum item porcausa da inflação nos supermercados, que deve ficar em 7% neste ano, segundoprevisão da própria entidade.
Onúmero de viagens aos pontos de venda, por exemplo, caiu de 170, em 2012, para156 no ano passado, segundo pesquisa da Kantar Worldpanel apresentada ontem.
Aredução dos canais está relacionada com a priorização das compras: 72% das idasaos supermercados destinam-se à compra do mês ou à reposição de itens básicos.
Amenor frequência e a busca por uma boa relação custo-benefício também mudam oplanejamento de fabricantes.
Deacordo com pesquisa da Nielsen, as opções de embalagens econômicas tiveram umaumento de 60% nas 20 categorias com maior valor de vendas. É o caso de papelhigiênico, sabão em pó e cerveja, por exemplo.
Aomesmo tempo, cresceu a importância de embalagens menores em algumas categorias,como chocolates, suco pronto e sorvete.
Essetipo de embalagem, explica Galassi, é uma alternativa para o consumidor mantero produto no carrinho, porém com um desembolso menor.
Outrocomportamento capturado pelas pesquisas é a troca de marcas premium por outrasmais baratas.
SegundoChristine Pereira, diretora comercial da Kantar Worldpanel, isso aconteceprincipalmente em alimentos de maior valor, como sucos prontos.
Noano passado, as marcas de baixo preço dessa categoria apresentaram umcrescimento de 25%.
"Essecomportamento favorece a expansão das marcas próprias, que, apesar de aindaserem pouco representativas nas vendas totais, vêm crescendo", dizChristine.
"Oconsumidor racionaliza sua compra para não retirar o que entrou no carrinhorecentemente", acrescenta. faturamento
Apesarde citar um cenário macroeconômico mais desafiador neste ano, com adesaceleração no mercado de trabalho e do aumento da renda, além da inflação,Galassi estima um crescimento real de 8% no faturamento dos supermercadospaulistas, para R$ 92 bilhões neste ano.
ACopa do Mundo, que deve elevar o faturamento do setor em R$ 1,8 bilhão, e amaior preferência do consumidor pela alimentação no lar, provocada pela inflação,sustentam o otimismo.

SegundoGalassi, que usou dados da Nielsen, 63% dos consumidores dos supermercadosafirmam diminuir gastos com refeição fora do lar para economizar. Comoconsequência, as vendas de frutas e vegetais e de cereais a granel crescem,para a preparação de pratos em casa. (Fonte: Folha.com)
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