Dedicardez, vinte, trinta anos da vida a uma empresa e no momento que mais precisa nãopoder contar com um plano de saúde. Essa é a situação vivida por milhares debancários que têm dificuldades de manter o convênio médico quando se aposentam.
NoItaú, que teve lucro de R$ 4,5 bilhões no primeiro trimestre deste ano, paramanter o convênio médico o funcionário tem de arcar com todo o custeio: a partedele e também a contribuição que caberia ao banco. O resultado é um valor muitoelevado a ser pago, obrigando grande maioria dos funcionários que se aposentama abrir mão desse direito. Essa questão está sendo debatida entre osrepresentantes dos trabalhadores e a direção do banco desde 2012.
No Bradesco
quefechou os primeiros três meses deste ano com lucro líquido de R$ 3,4 bilhões -a situação é bem pior, pois, embora o banco administre um plano de saúdepróprio, o Bradesco Saúde, a instituição financeira nem sequer dá essapossibilidade aos empregados. Assim, quem se aposenta, independentemente dotempo que trabalhou na empresa, fica sem convênio médico do banco.
"Nossapreocupação vai desde o ingresso do bancário na empresa, tendo remuneraçãojusta e igualdade de oportunidades na ascensão profissional, até se aposentarmantendo direitos essenciais como o plano de saúde", afirma a presidentado Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira.
"Éum absurdo que empresas com lucros tão elevados não possibilitem aosaposentados a manutenção de um convênio médico. Temos insistido na mesa denegociação para que os bancos atendam a essa reivindicação", destaca.
Na Justiça
Enquantoas empresas não atendem à reivindicação, o Sindicato tem ingressado na Justiçaem defesa dos trabalhadores.
Contrao Bradesco, está em tramitação ação civil pública, na qual é exigida amanutenção do plano de saúde para o funcionário que se aposenta após dez anosde trabalho no banco. Além disso, muitos empregados aposentados estão tendoêxito em ações individuais movidas contra o banco.
Outroprocesso é movido contra o HSBC. Nesse caso, a exigência da entidade é que aJustiça anule mudanças feitas pela instituição financeira e que podeminviabilizar a manutenção do convênio médico quando o empregado se aposenta.
Santander
Tambémcontra alterações no plano de saúde, o Sindicato trava batalha judicial com oSantander, que lucrou R$ 1,4 bilhão de janeiro a março de 2014. Nesse caso, aentidade obteve vitória quando o juiz Samuel Batista de Sá, da 61ª Vara doTrabalho de São Paulo, manteve liminar que impedia o aumento e deu sentençafavorável ao Sindicato.
Assim,permanecem nulas as alterações de custeio nos planos dos funcionários: CentralNacional Unimed, Unimed Seguradora e Bradesco Saúde. A decisão beneficiatrabalhadores da ativa e aposentados e estipula o prazo de 60 dias para que asexigências sejam atendidas, sob pena de multa diária de R$ 50 mil.
Nodespacho, o juiz destaca: "A falta de efetiva negociação violousensivelmente os princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana, da participaçãodo sindicato em questões judiciais e em negociações coletivas. O caso dos autosé de pura e cristalina alteração contratual lesiva e não mera 'readequação' àsnormas da ANS conforme sustenta o réu."
Paraa presidenta do Sindicato, a decisão é vitória dos trabalhadores na luta porseus direitos. "Defendemos que a questão do plano de saúde para esseimportante segmento possa ser resolvido na mesa de negociação. É isso queestamos insistindo junto a todos os bancos."
Bancos públicos

Diferentementedos bancos privados, os empregados de instituições financeiras públicas como oBanco do Brasil e a Caixa Econômica Federal têm assegurada a manutenção daassistência à saúde durante a aposentadoria. (Fonte: SEEB SP)
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