Emtempos em que o crédito cresce de forma moderada no país e a taxa básica dejuros pressiona as margens financeiras, os quatro maiores bancos do país comações listadas na bolsa ampliaram os ganhos com tarifas e serviços prestadosneste começo de ano.
Juntos,Banco do Brasil (BB), Itaú Unibanco, Bradesco e Santander faturaram R$ 19,5bilhões no primeiro trimestre com serviços, que incluem de tarifas com cartõese contas correntes a taxas de gestão de fundos de investimento.
Acifra representa um crescimento de 11,5% em relação ao mesmo período de 2013. Éum aumento superior à inflação de 6,15% medida pelo IPCA nos últimos 12 mesesaté março, o que contribuiu para aumentar o lucro dos bancos nos três primeirosmeses do ano.
Bancarização
Maiscorrentistas e clientes de cartão de crédito são fatores que os bancos citamcomo responsáveis pelo desempenho. No primeiro trimestre, a indústria decartões movimentou R$ 213,73 bilhões em transações, com crescimento de 18,7%ante igual período do ano passado. O número considera as três maiores empresasdo setor, mais de 99% do mercado. Explicitamente, as instituições não falam emaumento nos preços cobrados, mas dão pistas de que isso deve ter acontecido.
OBradesco, que ganhou 760 mil novos correntistas ativos na sua base, diz que fezum "realinhamento" de tarifas. As receitas do banco com tarifas eprestação de serviços alcançou R$ 5,3 bilhões, com alta de 14,9% na comparaçãocom igual período de 2013. Procurado pelo Valor, o banco não explicou omovimento.
Semabrir números, o Itaú Unibanco afirma que o crescimento da base de clientestambém colaborou para a receita de R$ 6,1 bilhões no primeiro trimestre, comaumento de 18% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado foiimpulsionado pelos números da Credicard, que começaram a ser incorporados notrimestre passado. Mesmo sem esse efeito, porém, o crescimento seria de 13,8%.
Omaior banco privado do país também diz que vendeu mais serviços de "maiorvalor agregado", o que colaborou para o faturamento mais polpudo. Só emserviços de conta corrente o Itaú faturou R$ 1,14 bilhão no primeiro trimestredeste ano, com alta de 16,2% em relação a igual período do ano passado.
Osnúmeros do Santander sofreram o impacto da venda da área de gestão de fundos eda mudança na contabilização de renovações de apólices de seguros. Sem esseefeito, o banco apresentou um crescimento de 11% com prestação de serviços etarifas. Em serviços de conta corrente, o banco angariou R$ 459 milhões, comuma expansão de 10,6% sobre o primeiro trimestre do ano passado.
OBB também expandiu os ganhos, mas em ritmo menor que seus principaisconcorrentes. Ainda sob os efeitos de mudanças nos pacotes de tarifas feitas em2013, a instituição apresentou uma alta de 6,6% no faturamento com serviços,com R$ 5,7 bilhões. O resultado ficou abaixo da projeção do banco para o ano, queé de um aumento de 9% a 12%.
Emabril do ano passado, o BB lançou uma ferramenta que permite aos clientesanalisar seu histórico de consumo de tarifas. De acordo com o seu uso dosserviços, os correntistas podem aderir ao pacote que seja mais econômico a seuperfil.
Depoisdas mudanças feitas pela clientela, o serviço trouxe uma queda de 5,23% nasrendas com conta corrente em um ano, para R$ 959 milhões. "Num primeiromomento, há uma redução de tarifa. Mas esse cliente é muito fiel à proposta detransparência. É isso que vamos capturar no futuro", disse Ivan Monteiro,vice-presidente de finanças do BB. Por isso a expectativa do banco é que ofaturamento com serviços alcance o intervalo das projeções até o fim do ano.
Ajuste
Comexceção do BB, o aumento nas receitas com tarifas dos bancos superou ocrescimento das despesas administrativas e de pessoal no período. Asinstituições financeiras passam por um período de forte ajuste em seus gastos.No Bradesco e no Santander, por exemplo, as despesas tiveram expansão abaixo dainflação.
Osaldo da carteira de financiamentos dos grandes bancos cresceu 12,7% noprimeiro trimestre. O desempenho foi puxado pelo BB, que registrou um avanço de17,6% no crédito.
Oaumento da Selic até o momento não resultou em avanço nos spreads bancários, deacordo com os dados dos balanços. Os bancos atribuem o movimento a uma mudançano perfil dos empréstimos para linhas com margens e riscos menores. Além disso,os repasses para os juros das linhas de crédito não se dá de forma tãoimediata.
Apesarde os spreads se manterem, a redução da inadimplência e das provisões paracalotes aumentou o resultado dos bancos privados nas operações de crédito, tambémcontribuindo para a expansão do lucro.

Somados,esses fatores levaram o grupo dos quatro maiores bancos listados do país alucrar R$ 11,1 bilhões no primeiro trimestre deste ano, com crescimento de15,7% na comparação com igual período do ano passado. Apenas o Santandermostrou um lucro menor nesse intervalo. (Fonte: Valor)
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