A formalização domercado de trabalho e o aumento do salário dos trabalhadores são os fatores quemais contribuíram para a queda da desigualdade social nos últimos anos. Essesdois fatores superam até mesmo outras fontes de renda do brasileiro provindasdo Orçamento da União, como a Previdência e programas sociais concedidos pelogoverno. Para a conta, foi utilizado como benefício social o índice de Gini,que mede a desigualdade de renda.
Os dados fazem parteda apresentação feita pelo ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos(SAE) da Presidência da República, Marcelo Neri, à presidenta Dilma Rousseff ea 20 ministros na última segunda-feira (5), e informam que o trabalhocontribuiu com 54,9% para a redução da desigualdade entre 2002 e 2012.
O conjunto deinformações é parte de uma compilação sobre o desenvolvimento inclusivosustentável, na qual Marcelo Neri buscou repassar aos seus colegas e àpresidenta a ideia de que o dinheiro no bolso é mais importante para o cidadãocomum do que o baixo crescimento da economia apresentado recentemente.
A estratégia deinvestir na valorização do salário e não apenas em programas de transferênciade renda gera resultados positivos para alguns analistas porque seu resultadoprático é o aumento da renda dos brasileiros assalariados. No entanto, segundoo professor de economia da Universidade de Brasília, Roberto Ellery, énecessário discutir a sustentabilidade dessa política.
“Se queremoscontinuar esse caminho [de aumento dos salários], é preciso aumentar aprodutividade”, avaliou o professor, acrescentando que, caso contrário, o paísterá problemas com a inflação e com o setor externo. De acordo com Ellery, osinvestimentos na melhoria dos serviços e na eficiência da produtividade podemimpedir essa situação. Para isso, segundo ele, é necessário focar nainfraestrutura para que a produção nacional não registre prejuízos com estradasem más condições, portos operando sem a capacidade necessária nem com problemasno setor energético.
Com base nos dados daSAE, as políticas que mais contribuem para o bem estar social, depois dotrabalho, são o Bolsa Família, o pagamento da Previdência acima do piso e aaposentadoria com base no salário mínimo, com 12,2%, 11,4% e 9,4%,respectivamente. “O brasileiro em suas casas está tendo um desempenho bem acimado desempenho que as contas nacionais e a maior parte dos economistas analisa”,disse o ministro, ao citar a valorização dos benefícios do Bolsa Família e daPrevidência acima da inflação.
O programa detransferência de renda, que repassa recursos a famílias com renda per capitainferior a R$ 70 mensais, também atua de uma forma importante no combate àdesigualdade. Segundo os números, o custo-benefício de cada real gasto com oBolsa Família impacta a desigualdade quase quatro vezes mais do que o benefícioda Previdência Social. “Uma das belezas do Bolsa Família é que ele tem umimpacto social muito grande, gasta pouco e consegue efeito muito grande”,explica o professor Ellery.

Fonte: Agencia Brasil 
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