A conclusão consta deum relatório enviado a clientes pelos economistas Guilherme Loureiro e ThiagoCarlos do banco suíço UBS, sobre o evento esportivo que será sediado no Brasilde 12 de junho a 13 de julho.
“A Copa do Mundo defutebol poderá afetar alguns indicadores econômicos temporariamente (produçãoindustrial, balanço de pagamentos e inflação), mas evidência empírica sugereque esses grandes eventos esportivos têm um impacto limitado de médio a longoprazo nas economias dos países sede”, escreveram Loureiro e Carlos na nota aclientes.
No caso do Brasil,ressaltaram eles, esse impacto poderá ser ainda menor em razão de três fatores:a grande dimensão geográfica do Brasil; o fato de que o investimento serárestrito a certas cidades e Estados; e apenas uma pequena parcela doinvestimento direto é direcionada para assegurar uma infraestrutura adequada.
Eleições. “No frontpolítico, acreditamos que uma vitória (ou derrota) da equipe brasileira nacompetição não deverá ter impacto direto significativo no desfecho da eleiçãopresidencial”, afirmaram Loureiro e Carlos.
“Contudo, se aorganização da Copa do Mundo provar um fracasso como evento esportivo para oBrasil, poderá manchar a imagem do governo e funcionar como um catalisador parareavivar os protestos sociais, o que poderá amplificar o impacto sobre apopularidade do governo.”
Sobre esse últimoefeito político, o relatório dos economistas do banco UBS lembrou que umapesquisa de opinião recente da CNT/MDA mostrou que a rejeição dos investimentosfeitos para a Copa Mundo atingiu quase 76% dos eleitores.
“Se o evento provarser um fracasso, isso poderá deflagrar finalmente um retorno dos protestos derua, como aconteceu em meados de 2013”, observaram os economistas. Elesressaltaram que veem monos espaço para uma deterioração na popularidade dogoverno agora em relação há um ano, uma vez que o índice de aprovação de Dilmaagora tem o suporte dos eleitores mais fiéis do PT.
No relatório aclientes, Loureiro e Carlos citaram um estudo conjunto feito pela consultoriaErnst&Young Terco e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o qual previu que oimpacto positivo da Copa do Mundo de 2014 seria de um total de R$ 142 bilhõesentre 2010 e 2014, ou 0,6% do PIB ao ano.
Contudo, disseram oseconomistas do UBS, a maior parte desse impacto seria indiretamente. “Narealidade, apenas R$ 22, 5 bilhões (0,1% do PIB ao ano) foram estimados comosendo investimentos diretos para assegurar uma infraestrutura e organizaçãoadequadas do evento”, afirmaram Loureiro e Carlos.
Inflação. Entre outrosimpactos macroeconômicos, os economistas do UBS citaram os efeitos da Copa doMundo sobre a inflação.
“No lado da inflação,acreditamos que a Copa do Mundo irá afetar em algum grau a sazonalidadeobservada em junho, julho e agosto, mas provavelmente não terá nenhum impactosobre a inflação do ano inteiro”, escreveram os economistas do UBS.
Segundo eles, ainflação de serviços (passagens aéreas, hotéis e restaurantes) provavelmentesubirá durante a duração do evento, mas deverá desacelerar após o término daCopa do Mundo.

Eles estimam umaumento de 0,15 ponto porcentual no Índice Nacional de Preços ao ConsumidorAmplo (IPCA) em junho em razão apenas do impacto da Copa do Mundo, mas issoserá seguido de uma queda de 0,10 ponto em julho e 0,05 ponto em agosto.(Fonte: Estadão)
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