Odesemprego no Brasil vai crescer em 2014, alerta a Organização Internacional doTrabalho (OIT). Segundo a OIT, depois de promover uma redução importante dataxa de desemprego nos últimos anos, a economia brasileira vai inverter atendência durante o ano. "Será um desafio para o Brasil criar novos postosde trabalho em uma situação de desaceleração", admitiu ao Estado o diretor-geralda OIT, Guy Ryder.
Em2007, o Brasil tinha uma taxa de desemprego de 8,1%. Em 2013, o índice caiupara 5,9%. Mas, agora, a tendência é de que volte a subir. Segundo as projeçõesda OIT, o Brasil terminaria 2014 com 100 mil desempregados a mais e uma taxa de6%. Para Raymond Torres, economista-chefe da OIT, esse número está associado àturbulência nos mercados financeiros e no freio que a economia sofreu.
Nasemana passada, o IBGE revelou que abril havia registrado a menor taxa dedesemprego nas seis regiões metropolitanas desde 2002. Mas o País abriu apenas105.384 vagas formais de trabalho em abril, o pior resultado para esse períododesde 1999, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged)divulgado pelo Ministério do Trabalho.
Torresacredita que, a partir de 2015, a recuperação dos países ricos ajudará o Brasila voltar a crescer. A partir do ano que vem, a previsão é de que a taxa dedesemprego volte a cair. Ela passaria a ser de 5,8% e, em 2019, seria de 5,7%.Em números absolutos, o Brasil somava 7,8 milhões de pessoas sem trabalho em2007. Em 2013, esse número caiu para 6,3 milhões. Em 2019, serão 6,5 milhões.
Informe.Os dados fazem parte de um informe da OIT sobre o mercado de trabalho nospaíses emergentes. Para a entidade, essas economias terão de gerar 200 milhõesde vagas para absorver a população jovem.
Aentidade elogia o desempenho do Brasil nos últimos dez anos e aponta que o PIBper capita brasileiro aumentou em 2,4% entre 2004 e 2012 e taxa de pobreza caiupela metade. Para a OIT, os dados sugerem que o Brasil está no caminho de umcrescimento sustentável, baseado no consumo.
Masa entidade deixa claro que o Brasil terá "desafios" para manter seucrescimento. Baixa taxa de investimentos, infraestrutura inadequada e gastosinsuficientes com treinamento de trabalhadores e educação estão entre osalertas principais para que o País continue a crescer.
Outroalerta é o endividamento de famílias. Segundo a OIT, o "dinamismo dademanda doméstica foi promovido em parte pelo endividamento de famílias, o quecoloca um potencial problema". A OIT sugere que o governo adote medidaspara controlar o crescimento excessivo de créditos.
Abismo
Aentidade também sugere aumentar os investimentos em educação, serviços sociaise infraestrutura. "Isso geraria ao mesmo tempo demanda doméstica eaumentaria a produtividade." A OIT ainda diz que é crucial "reformaspara melhoras as condições nas quais o setor manufatureiro opera"."Isso evitaria um abismo de competitividade." No restante da AméricaLatina, o desemprego aumentará em números absolutos, passando de 18,5 milhõesem 2013 para 19,1 milhões em 2014 e 20 milhões em 2019.

Paraa OIT, mesmo que a Europa comece a dar sinais de retomar suas taxas decrescimento, ainda vai levar anos para que o desemprego comece a cair. Ao finalde 2013, o número de desempregados no mundo ficou em 199,8 milhões. Em 2014, aOIT prevê mais 3,4 milhões de desempregados. Até 2019, essa taxa chegará a 213milhões. (Fonte: Estadão)
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