Levantamentofeito pelo Valor com base nos dados do Banco Central (BC) mostra que, de 2009 a2013, Caixa Econômica Federal e BTG Pactual ganharam posições no ranking tantoem ativos totais, quanto em crédito. Enquanto isso, Bradesco, Votorantim e Citiperderam espaço.
Osnúmeros do BC levam em consideração apenas ativos bancários, sem incluiroperações com seguro, cartão, fundo de investimento e securitização, operaçõesque fazem parte dos conglomerados.
Graçasà investida no crédito desde a crise financeira internacional de 2008, a Caixaé o banco que mais conquistou espaço. O estoque de crédito do banco quase quequadruplicou de 2009 a 2013, para R$ 485,5 bilhões. Na média, a carteira dosdez maiores bancos do país cresceu 117,8% em igual período.
Emativos, a Caixa está em terceiro lugar, depois de ultrapassar o Bradesco. Essascifras, porém, não incluem a Bradesco Seguros, já que a metodologia do BCutiliza apenas ativos bancários. Somadas as operações de seguros, o Bradesco semanteria na terceira colocação em ativos.
SegundoMarcio Percival, vice-presidente de finanças da Caixa, o objetivo do banco éficar entre as três maiores instituições do país por ativos, mesmo se asoperações de seguros do Bradesco fossem incluídas no ranking. Pelo planejamentodo banco, isso pode ocorrer ainda neste ano, caso a perspectiva de crescerentre 20% e 22% no estoque de empréstimos se confirme.
ACaixa terminou 2013 com uma participação no mercado de crédito de 18,1%. Paraeste ano, a meta é alcançar 19,5%. "Essa fatia nos dará condição de estarentre os três maiores bancos. Acho que a Caixa tem estrutura, capital,infraestrutura, carteira de produtos e uma capilaridade na economia brasileiraque dão consistência a esse planejamento", diz Percival.
Questionadopelo Valor sobre a perda de posição para a Caixa, Luiz Carlos Angelotti,diretor de relações com investidores do Bradesco, afirma que "não éprioridade do banco assumir uma posição". "Retomar ou não [acolocação] vai ser algo natural. A preocupação é manter o crescimento comqualidade."
Osnúmeros mostram que o Bradesco ainda não conseguiu reduzir a distância do ItaúUnibanco desde a fusão. Em 2009, em entrevista ao Valor, Lázaro Brandão,presidente do conselho de administração do Bradesco, disse que seu objetivo eradiminuir progressivamente a distância do principal concorrente privado.
Atéagora o que se viu, porém, foi uma certa manutenção do espaço entre os doisprincipais bancos privados do país, segundo levantamento feito pela reportagem.Isso acontece mesmo se a Bradesco Seguros for incluída nas contas.
Forada lista dos dez maiores bancos do país por ativos em 2009, o BTG Pactualcontou com duas injeções de capital desde 2010 para ascender no ranking.Controlada pelo banqueiro André Esteves, a instituição terminou 2013 na oitava posiçãodo ranking por ativos. Em crédito, também subiu da 43ª para a 12ª.
Em2010, o banco recebeu US$ 1,8 bilhão de investidores internacionais, entre elesos fundos soberanos da China, de Cingapura e Abu Dabi. Depois, por meio de umaoferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) o BTG Pactual levantou outrosR$ 3,2 bilhões em 2012.
Criadoem 1983 como uma corretora, o então Pactual foi vendido ao suíço UBS em 2006 erecomprado por seus sócios três anos depois, dando início ao BTG Pactual."Retomamos o BTG Pactual num momento em que os bancos globais estavamreduzindo seus balanços. Naquela época, o Brasil tinha de colaborar no esforçoglobal do UBS de desalavancagem", diz João Dantas, diretor de relações cominvestidores do BTG Pactual.
Atépelo fato de o BTG Pactual ser um banco de investimento - sem operações devarejo e sem competidores perfeitamente comparáveis -, Dantas diz não se guiarmuito pelo ranking do BC para determinar onde o banco quer chegar. "O quepodemos dizer é que vamos continuar crescendo acima da média dos bancosbrasileiros", afirma.
Quemtambém ganhou posição na lista dos dez maiores por ativos foi o Safra.Procurado pelo Valor, o Safra informou, em nota, que "o aumento daparticipação de mercado do banco foi decorrente do trabalho realizado naaquisição de novos clientes e consequente crescimento da base de ativos dobanco, principalmente na carteira de crédito". No estoque de empréstimo, ainstituição se manteve na oitava colocação.
Omovimento se deu, sobretudo, pelo rebaixamento do banco Votorantim no períodopara a nona colocação, duas a menos do que em 2009. Em meio a umareestruturação depois de se deparar com perdas de inadimplência, o bancocontrolado pela família Ermírio de Moraes reduziu suas operações.
Emrecente entrevista ao Valor, João Roberto Teixeira, presidente do Votorantim,afirmou que, mais do que crescimento, o banco tem como principal objetivorentabilizar suas operações. Depois de nove trimestres consecutivos de prejuízoem meio a problemas com inadimplência, o banco voltou no último trimestre de2013 a operar no azul.
Comuma posição a menos do que detinha em 2009, o Citi Brasil encerrou 2013 nadécima colocação. Segundo o vice-presidente de mercados do Citi Brasil, PedroLorenzini, parte dessa perda pode ser explicada pelo fato de o banco concederempréstimos a empresas no Brasil utilizando o balanço do Citi no exterior."Eles são feitos para clientes brasileiros, mas aparecem nos livrosoffshore, do Citi Nova York", explica. O banco não abre o volume de empréstimosna modalidade, mas informou que esse portfólio teve expansão de 35% entredezembro de 2012 e 2013.
Recentemente,o Citi também se desfez de alguns ativos, como é o caso da venda da Credicardpara o Itaú - operações que deixaram de integrar o balanço da instituição emdezembro de 2013. A venda foi anunciada em maio de 2013, por um total de R$2,767 bilhões. (Fonte: Valor Econômico)


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