Aredução das vulnerabilidades no mercado de trabalho, o combate à pobreza e osinvestimentos em empregos de qualidade contribuem para o crescimento econômicosustentável, informou a Organização Internacional do Trabalho (OIT), norelatório O Mundo do Trabalho 2014: Desenvolvimento com Empregos, divulgadohoje (26). De acordo com a organização, países em desenvolvimento e aseconomias emergentes que investiram em trabalho e melhorias nas condições deemprego amorteceram a crise financeira de 2008 e tiveram maior crescimentoeconômico.
Naanálise dos mais de 140 países em desenvolvimento, a OIT identificou quemelhorias das condições de trabalho tendem a estar associadas à redução dedesigualdades. Segundo a organização, os países que fizeram investimentos nessaárea desde o início da década de 2000 cresceram, a partir de 2007, um pontopercentual a mais do que os que não investiram.
"Odesenvolvimento não acontece só por meio de exportação, abertura comercial einvestimento direto. Proteção social, respeito a parâmetros básicos de trabalhoe políticas que promovem o emprego formal também são cruciais para a criação deempregos de qualidade que aumentam o padrão de vida, o consumo doméstico elevam a um crescimento de um modo geral. Oportunidades decentes de trabalhopara homens e mulheres ajudam a engatilhar o desenvolvimento e reduzir apobreza", explicou o diretor-geral da OIT, Guy Ryder.
Umdos exemplos citados pela OIT foi o do Senegal, que aumentou a quantidade detrabalhadores assalariados de 12%, em 1996, para 26%, em 2013. Nesse mesmoperíodo, houve redução de 34% da população considerada pobre e aumento daprodutividade de 0,5% por ano. O mesmo foi observado no Peru, cujo contingentede assalariados aumentou 15 pontos percentuais de 1991 a 2013 - de 34% para 49%da população. No mesmo período, houve redução de 23% da população consideradapobre e aumento da produtividade de 1,8% por ano.
"Melhorara qualidade dos empregos também é essencial para combater o desemprego, tantode jovens quanto de adultos, problemas de muitas economias emergentes e paísesem desenvolvimento", disse o diretor do Departamento de Pesquisa da OIT,Raymond Torres. Diante desse quadro, segundo Torres, é preciso que o trabalhodecente seja um dos objetivos da agenda do desenvolvimento pós-2015.
Deacordo com o diretor, os países em desenvolvimento terão de criar 40 milhões deempregos por ano na próxima década para acompanhar o crescimento da populaçãoem idade de trabalhar. A estimativa é que cerca de 200 milhões de pessoastenham entrado no mercado de trabalho em 2013 - quantidade que pode aumentar3,2 milhões em 2014. Até 2019, o contingente de novos trabalhadores deve chegara 231 milhões. As regiões em que as condições de trabalho são mais críticas sãoo Norte da África e o Oriente Médio - em que são esperadas taxas de desempregode 12,3% e 11,1%, respectivamente.
Odocumento também mostra que nos próximos cinco anos, 90% dos empregos serãocriados em economias emergentes e em países em desenvolvimento, o que se esperaque gere impacto significativo sobre os fluxos migratórios.

"Amigração Sul-Sul já está em ascensão, com trabalhadores deixando economiasdesenvolvidas, especialmente a europeia, afetadas pela crise, por oportunidadesde trabalho em países em desenvolvimento", informou o vice-diretor doDepartamento de Pesquisa da OIT, Moazam Mahmood. No estudo, a OIT ressalta aimportância da combinação entre políticas de proteção social, estratégias deaumento de produtividade da agricultura e investimentos oriundos da exploraçãode recursos naturais. A organização destacou que, enquanto se observa que naAmérica Latina e na Ásia tem havido aumento das políticas de proteção social,nos países da Europa, tem ocorrido o oposto.(Fonte: Agência Brasil)
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