Cercade quatro milhões de pessoas engrossaram as filas de desempregados no mundo em2013, com o número total chegando a 199,8 milhões, de acordo com o relatórioanual do trabalho divulgado nesta terça-feira pela Organização Internacional doTrabalho (OIT), uma agência da ONU com sede em Genebra. A taxa de desemprego em2013 "permaneceu inalterada em 6%" da população economicamente ativa,acrescentou o relatório, que revela, entretanto, que 90% dos novos empregos nomundo serão criados nos países em desenvolvimento a médio prazo.
Devidoa esse panorama, as migrações vão acontecer no sentido sul-sul e norte-sul,revela a OIT. O aumento do desemprego em 2013 é explicado pelo fato de ospaíses não terem criado a quantidade suficiente de vagas de trabalho paraabsorver todos aqueles que estão entrando no mercado. O mundo conta com 30,6milhões de desempregados a mais do que antes da crise financeira de 2008.
Desde2009, as economias mais avançadas e as emergentes têm reagido de formadiferente em relação ao emprego. Nas economias avançadas, a taxa de desempregochegou a 8,5% no início de 2009, contra 5,8% em 2007, antes do início da crise.Em troca, nos países em desenvolvimento, a taxa de desemprego avançou pouco,passando de 5,4% em 2007 para 5,8% em 2009, em razão, principalmente, de umsistema de proteção social muito menos favorável que não permite a uma pessoase manter por muito tempo com o auxílio desemprego.
Depoisdessa época, o nível de desemprego caiu novamente e quase chegou ao seu nívelde antes da crise. Para 2014, a OIT prevê um aumento de 3,3 milhões no númerode desempregados no mundio. "Até 2019, o desemprego vai atingir 213milhões", prevê a organização internacional, e "o número de pessoassem uma ocupação deve se manter globalmente no nível atual de 6% até2017". O aumento mais forte em 2014 acontecerá na Europa Central e nospaíses do antigo bloco soviético, onde o desemprego atingirá 8,3%. O dinamismodos países em desenvolvimento em matéria de emprego vai ter "um impactomaior sobre os fluxos migratórios", revelam ainda os espacialistas da OIT.
"Asmigrações sul-sul estão em pleno aumento, e cada vez mais trabalhadores deixamtambém as economias avançadas, em particular os países europeus, para trabalharnos países em desenvolvimento", indica Moazam Mahmood, diretor adjunto doDepartamento de Pesquisa da OIT, e principal autor do relatório.
Deacordo com o informe, 231,5 milhões de pessoas viviam em um país que não era ode nascimento em 2013. O número total de migrantes aumentou de 57 milhões desdeo ano 2000, e 19% desse aumento aconteceu nos últimos três anos. As economiasdesenvolvidas e a UE atraem 51% dos migrantes, mas, desde o início da crisefinanceira mundial, as migrações sul-sul aumentaram. A OIT ressalta também"uma multiplicação de casos isolados de jovens universitários saídos depaíses desenvolvidos afetados pela crise que emigraram para países emergentesnos últimos anos".
Nesserelatório anual, os especialistas da OIT revelam também que a classe médiaprogrediu nos países emergentes, graças à criação de empregos de qualidade."Desde o início da crise financeira, em 2008, o processo de convergênciaeconômica entre os países emergentes e as economias avançadas seacelerou", afirmou o diretor geral da Organização Mundial do Trabalho(OIT), Guy Ryder.
Entre1980 e 2011, o salário per capita aumentou em média 3,3% por ano nos países emdesenvolvimento, contra 1,8% nos países industrializados. Nos países emdesenvolvimento, 839 milhões de trabalhadores ainda ganham menos de doisdólares por dia. Mas esses empregos representam apenas um terço dos empregostotais, contra 64% há 20 anos.
Aclasse média constitui 44,5% da mão de obra dos países em desenvolvimento,contra 20% há duas décadas.

"Aolongo dos próximos anos, a maioria dos novos postos de trabalho nos países emdesenvolvimento será de qualidade suficiente para permitir que as famíliastenham acesso a um padrão de vida acima da linha de pobreza nos EstadosUnidos", afirma o relatório. No entanto, 85% da força de trabalho nospaíses em desenvolvimento continuará a viver em 2018 abaixo do que éconsiderado a linha de pobreza nos Estados Unidos.(Fonte: Correio Braziliense)
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