Eramcerca de 150 trabalhadores, contados pela reportagem. À Folha, eles contaramque receberam uma diária para ir ao evento: R$ 140. O valor é maior do que emum dia normal de trabalho, já que, por ser um domingo, está embutido o adicionalde 50% de hora extra.
Nenhumdeles quis se identificar. Tampouco reclamaram de estar lá. Receberam café damanhã e teriam direito ao almoço. Segundo os trabalhadores, a despesa correupor conta das empreiteiras (Andrade Gutierrez, Carioca e OAS). Procurados,representantes das empresas não foram localizados no local nem nos telefonesdos escritórios.
Asbandeiras que figuravam no evento também eram vistas ao longo de todo o trajetoda presidente Dilma que fez, de ônibus, o percurso entre o aeroporto do Galeão(Ilha do Governador) até Madureira, ambos na zona norte do Rio.
Ocaminho da presidente na obra do BRT Transcarioca, inaugurada por ela, foitranquilo, rápido e embalado por muito samba. Às vésperas de Copa, Dilma nãoviu manifestantes e a segurança foi reforçada por muitos militares. Um reforçoespecial foi montado no morro da Serrinha, próximo à estação onde a presidentefez seu discurso.
Aolongo do caminho, houve também um certo clima pró-copa. O coloridoverde-e-amarelo do trajeto teve bandeirinhas do Brasil, nas mãos de algumas pessoasem esquinas do trajeto.
Nopercurso, Dilma, sempre dentro do ônibus, foi recebida em cruzamentos eviadutos, desde a Ilha, com muito samba, tocado ora pela bateria da União daIlha do Governador, na ponte estaiada próxima ao aeroporto do Galeão, ora pelasvelhas guardas de outras escolas de samba ou rodas tradicionais do ritmo. Entreelas, os partideiros do tradicional bloco "Cacique de Ramos", no bairrohomônimo (zona norte, por onde passa a via do BRT), e membros da Portela e doImpério Serrano, em Madureira, bairro que é berço dessas duas agremiaçõescariocas.
Suasorigens e sedes estão no bairro -o morro, policiado, da Serrinha é a"casa" do Império.
Pelotrajeto, a visão também não era alentadora: Dilma passou perto da"poluída" baía da Guanabara e de homens do Exército, que patrulhavambecos e vielas de entradas das favelas do complexo da Maré, ocupado por forçasde segurança. Havia, ainda, algumas estações da obra ainda à espera definalização, como a instalação de catracas, bancos e monitores. Faltava tambémrecolher o entulho de fim de obra e fazer a limpeza do local.
Aobra, que faz parte do programa federal PAC 2 de mobilidade urbana, foi inauguradaem clima festivo, graças, em boa medida, aos sambistas presentes ao evento.Entre eles estavam Monarco, da Portela, e a imperiana Dona Ivone Lara, uma dasmaiores compositoras de samba do país.

Ossambistas têm uma forte ligação com o prefeito Eduardo Paes. Além de serresponsável pelo Carnaval, a prefeitura reformou as quadras de escolastradicionais, como Portela, Imperatriz Leopoldinense, Império Serrano e Uniãoda Ilha. Todas mandaram representantes à inauguração. (Fonte: Folha.com)
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