Ataxa de desemprego, em nível nacional, ficou em 7,1% no primeiro trimestredeste ano, acima dos 6,2% dos últimos três meses de 2013. Divulgados nestaterça-feira (3), os dados são da Pnad Contínua, primeira pesquisa do IBGE sobremercado de trabalho em todo o país. Na média de 2014, a taxa se situou em 7,1%,num patamar mais elevado do que nas seis regiões metropolitanas do país (nafaixa de 6%) -o que já era esperado por analistas, pois são áreas onde há maiscompetição por mão de obra e renda mais elevada. No primeiro trimestre desteano, a taxa de desemprego nessas áreas foi de 5% -a mais baixa desde 2002.
OIBGE diz que as pesquisas não são comparáveis, pois a Pnad tem uma abrangênciamaior e um questionário diferente. Tal fator permite que membros secundáriosdas famílias (em  geral, jovens emulheres) saíam do mercado de trabalho em busca de uma oportunidade melhor oupor opção (estudar, cuidar dos filhos) com o "lastro" de umrendimento familiar que ainda cresce -apesar da freada dos salários desde o fimde 2013.
Pelosdados da nova pesquisa, o contingente de desempregados no país somou 7 milhões-15,7% a mais do que nos últimos três meses de 2013 e 9,7% abaixo do registradode janeiro a março de 2013. Já o total de ocupados caiu 0,7% ante o quarto trimestree subiu 2% frente os três primeiros meses de 2013, segundo o IBGE.
Poucossão os analistas que preveem os dados da Pnad Contínua. Dentre os que fazemprevisão, esperam uma aceleração da taxa neste ano, chegando a 8% na média de2014 diante da menor oferta de trabalho e de uma retomada da procura poremprego, com o cenário de desaceleração da economia -revelado pelos dados doPIB do primeiro trimestre, que apontou um crescimento de apenas 0,2% frente aostrês últimos meses de 2013.
DIVULGAÇÃORETOMADA
Emabril, quando da última divulgação, a direção do IBGE abriu uma criseinstitucional que abalou o órgão ao suspender a apresentação dos dados dapesquisa neste ano. Após a repercussão negativa, a diretoria do órgão IBGEvoltou atrás e decidiu manter o calendário original da Pnad Contínua. Apesquisa, porém, só trará informação sobre rendimento (o ponto mais problemáticode toda a crise) em 2015.
Adiretoria do IBGE afirmou no mês passado que os estudos para estimar a rendadomiciliar per capita estão sendo realizados a fim de cumprir, já em 2015, alei que alterou a regra de distribuição do Fundo de Participação dos Estados,de 2013. O pedido de informações de senadores e a contestação deles sobre asmargens de erro discrepantes entre os Estados o que poderia gerar contestaçõesna Justiça foram o estopim da crise no IBGE. É que, após o pedido, a presidentedo IBGE, Wasmália Bivar, e a maioria do conselho decidiu interromper asdivulgações.
Aalegação de Bivar era que não havia pessoal suficiente para rever o indicadorde renda e preparar os dados coletados para a divulgação. O corpo técnicoreagiu à decisão. Duas diretoras contrárias à decisão pediram exoneração e 18coordenadores colocaram seus cargos à disposição. O grupo da área de emprego erendimento se comprometeu a formular uma cronograma de trabalho para fazer osestudos sobre a renda e uma proposta para manter o calendário de divulgaçõesque estava suspenso até janeiro de 2015.
Ementrevista à Folha, Bivar afirmou que 'seria bobagem' dizer que a reação nãofez IBGE voltar atrás e retomar a divulgação da pesquisa. Bivar considerouainda que a discussão se intensificou em torno da paralisação das divulgações eganhou força -com repercussão na mídia e nos meios sindicais e políticos- pelofato "de ter sido um ano eleitoral", o que "contou para essaavaliação [negativa]" da decisão. GREVE O IBGE diz que todo o seucalendário de pesquisas está mantido, pois a greve é parcial e não afetou nemcoleta de dados nem sua preparação para a divulgação.
Osindicato, por sua vez, afirma que há risco, dependendo da adesão e do tempo degreve nas pesquisas de emprego, inflação, indústria e PIB. A categoria só haviagarantido a divulgação da Pnad Contínua, pois foram contrários à sua suspensão.O IBGE assegura, se for preciso, fará até com remanejamento de funcionáriosentre os Estados para manter as pesquisas. O IBGE estima em cerca de 15% aadesão. O sindicato dos servidores fala em 70%. (Fonte: Bem Paraná)


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