"Considerando oatual cenário e as pressões políticas, se o atual governo permanecer no poder,haverá algum tipo de ajuste fiscal e de política monetária.
Reformas, provavelmentenão", disse o estrategista de mercados emergentes do banco, BertrandDelgado, durante um seminário promovido pela Câmara de Comércio Brasil -Estados Unidos em Nova York.
A visão do banco é quemesmo num caso de mudança de governo, haveria dificuldades do novo presidenteem fazer passar reformas estruturais.
"O novo governoteria que lidar com um Congresso dividido e haveria uma necessidade de negociaçãoe habilidades que o segundo colocado, Aécio Neves (PSDB), tem, mas que seriamuito difícil de tentar convencer [os parlamentares] em termos de reformaestrutural", afirmou.
Para Karyn Koiffman,sócia do escritório de advocacia Baker & McKenzie em Nova York, também épouco provável que as reformas estruturais ocorram a curto prazo."Independente do resultado das eleições, vai demorar um tempo para oBrasil conseguir fazer reformas. As mais necessárias são a tributária e afiscal", afirmou no seminário.
Para o HSBC, ainda háriscos "eventuais", como o racionamento de energia, mas nenhuma açãonesse sentido será anunciada "até a eleição". "O potencial pararacionamento ainda existe, é relativamente baixo, mas, definitivamente, se ocorrer,vai afetar a atividade econômica."
O banco prevê que apopulação usará as as eleições como uma oportunidade de manifestar suainsatisfação e desejo por algum tipo de mudança –"seja do atual partido ouuma mudança no governo".
"Nossa expectativa éque haverá uma disputa acirrada e deve ocorrer um segundo turno", disseDelgado. O banco estima que o país vai crescer cerca de 1,7% neste ano,desacelerando para 1,2% em 2015. A previsão para 2014 é maior do que a últimadivulgada pelo Banco Central, de 1,44%, nesta semana. O HSBC prevê inflação em6,3% em 2014 e 5,8%, em 2015.
COPA
Para Delgado, é certo queas melhorias em infraestrutura no Brasil "não atingiram o nível que seesperava para a Copa". "Uma das razões que as pessoas estavamotimistas com o Brasil em 2009, 2010, era a perspectiva de desenvolvimento dainfraestrutura que iria ocorrer antes da Copa e das Olimpíadas", disse."Foi uma decepção para a Copa do Mundo. (...) Veremos se para asOlímpiadas isso vai ocorrer."
Para o HSBC, o dólar deveatingir entre R$ 2,40 e R$ 2,50 neste ano, e, em 2015, R$ 2,60.
"Não vemos o riscode uma desvalorização mais no real, por dois motivos: o Banco Central estáintervindo pesado para conter uma apreciação maior do real, que afetaria aatividade econômica, e, ao mesmo tempo, evitar um aumento da volatilidade, oque afetaria a inflação." (Fonte: Folha.com)