Arecuperação da economia brasileira vai começar no segundo semestre do ano quevem, mas, por efeito estatístico, não será evidente em números ainda em 2015,de acordo com avaliação do ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda,Nelson Barbosa. “A partir do segundo semestre do ano que vem a economiabrasileira já estará em uma rota de aceleração do crescimento e de redução dainflação. Acho que pode ter uma recuperação, se tudo der certo, de 4% em 2016,até por base de comparação, efeito estatístico. Quando se parte de uma basebaixa, a economia se recupera mais rápido”, explicou acrescentando que 2015ainda apresentará crescimento baixo.
“Ainflação para o ano que vem, o mercado está corrigindo para entre 7% e 7,5%, ocrescimento em torno de 1% e a economia se recuperando rápido em 2016. É um anobem diferente entre primeiro e segundo semestres. Na medida em que tem asinalização e maior clareza de como é o comportamento da economia osinvestimentos voltam a ser feitos e, com a continuação do programa deconcessões, os investimentos começam a se recuperar, só que tem uma inércia.Isso vai bater na economia no segundo semestre. Pode ter um crescimento baixono ano, ponta a ponta, mas com duas realidades bem diferentes entre o primeiroe segundo semestres”, completou.
Jáa mudança nas expectativas negativas vai ocorrer com o término da Copa doMundo. Para Barbosa, sem levar em consideração o resultado do futebol, nãohaverá maiores problemas em termos de organização da Copa e o cenário do paísficará mais claro com a definição da eleição. “Passada a Copa, começa o debateeleitoral, e aí algumas coisas vão começar a ser sinalizadas por parte doscandidatos. Isso vai diminuir a ansiedade. Como vai ser, tem saída, por maisgrave que um pu outro problema possa ser, mas que tem condição de resolver. Umacoisa é ter um cenário ainda de inflação alta, mas com previsibilidade de comovai ser os quatro anos [futuros], e aí começa a retomar as decisões deinvestimentos”, informou.
Deacordo com o ex-secretário, o ajuste da economia brasileira já começou, emboraem escala ainda reduzida. Ele apontou o início da recuperação dos preçosadministrados, que estavam reprimidos, e o nível da taxa de juros como exemplosde ajustes que já estão ocorrendo. Mas a velocidade em que se dará o ajusteainda é uma incógnita. “Hoje tem uma grande pausa à espera da definição de qualvai ser a velocidade do ajuste que já começou na economia brasileira. Temmuitos projetos grandes prontos para serem feitos, aguardando um cenário econômicomais claro”, acrescentou.
Nomercado de trabalho, ele descartou um grande aumento da taxa de desemprego noano que vem, mas ponderou que pode ocorrer um ajuste no salário real, como jáestá se verificando.
NélsonBarbosa participou hoje (16), no Rio de Janeiro, do Seminário de AnáliseConjuntural, no auditório da Fundação Getulio Vargas (FGV), em Botafogo, zonasul do Rio, organizado pelo coordenador-geral do Boletim Macro do InstitutoBrasileiro de Economia (Ibre) da FGV, Régis Bonelli.

Fonte:Agência Brasil
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