AJustiça Federal recebeu denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal emSão Paulo e abriu ação penal contra o ex-banqueiro do Banco Santos, Edemar CidFerreira, sua mulher, Márcia de Maria Costa Cid Ferreira, e seu filho, EduardoCosta Cid Ferreira.
Ostrês são acusados de lavagem de dinheiro por terem ocultado, entre novembro de2004 e dezembro de 2008, a origem, localização e propriedade de bens e valoresprovenientes da prática de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional.
Entreos bens ocultados estavam obras de arte, como pinturas e esculturas, que teriamsido adquiridas por Edemar com capital desviado do Banco Santos.Posteriormente, as obras teriam sido integralizadas ao patrimônio da CidFerreira Collection, Empreendimento S.A., que tinha por sócio majoritário aWailea Corporation, empresa offshore com domicílio fiscal nas ilhas VirgensBritânicas.
Em2005, foram apreendidos na então residência do ex-banqueiro computadores comdocumentos e e-mails que indicam a remessa para o exterior de diversas obras dearte. De acordo com a Procuradoria, essas obras eram remetidas para fora dopaís e negociadas com compradores estrangeiros. Os valores recebidos eramtransferidos, por determinação do próprio Edemar, para contas correntes deterceiros mantidas no exterior em bancos estrangeiros.
Segundoa denúncia, "tais movimentações são típicas compensações de créditosrelacionadas a operações realizadas por Edemar no mercado nacional clandestinode câmbio".
Deacordo com o MPF, Edemar, além de ser supostamente o principal beneficiário dosdesvios que teriam ocorrido no Banco Santos S.A., também aparece comodestinatário ou remetente de e-mails relacionados ao envio ao exterior dasobras de arte. Dessa maneira, ele sempre acompanhava as remessas e determinavaas formas como seriam realizados os pagamentos relacionados às vendas dasobras.
Márcia,afirma o MPF, teria participado de acordos com agentes estrangeiros no que serefere à movimentação das obras no exterior para a realização das vendas. Já ofilho Eduardo era responsável por tratar dos preparativos para o envio dasobras para fora do país.
ArthurPrado, advogado de Edemar, disse que seu cliente ainda não foi informado sobreo processo. Segundo ele, pelas informações iniciais, a ação penal se refere a casojá julgado, em que Edmar foi condenado e recorre da decisão em instânciasuperior.

-Ele só vai se manifestar quando tomar conhecimento da ação. Houve outra açãopenal sobre fatos idênticos, que aguarda recurso no tribunal- disse o advogado.(Fonte: O Globo)
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