OBanco Central (BC) quer estimular o barateamento das operações de transferênciade recursos via DOC, num momento em que os bancos se preparam para extinguir ovalor mínimo para realização de Transferências Eletrônicas Disponíveis (TED).Para o regulador bancário, o DOC é uma ferramenta de custo mais baixo para asinstituições e mais eficiente em termos de gestão de liquidez.
Apesarde não determinar os valores que devem ser cobrados pelos bancos, o BC estimaque a tarifa de um DOC pode ser cerca de 50% inferior àquela cobrada pela TED.Depois de a TED ter sido lançada com tarifas mais caras, hoje não há diferençatarifária para o DOC, com custo em torno de R$ 14 para operações feitas nocaixa ou R$ 8 se realizadas eletronicamente.
Reportagempublicada pelo Valor no começo deste mês mostrou que, até o fim de 2015, osbancos devem acabar com o valor mínimo para a realização de TED, hoje fixado emR$ 1 mil. Pela TED, os recursos são transferidos de uma conta a outra no mesmodia, enquanto no DOC o dinheiro demora um dia para ser creditado.
Aexpectativa da autoridade, porém, é que as pessoas continuem usando o DOC."Os custos para os bancos [de uma TED e de um DOC] são completamentediferentes", diz Daso Maranhão Coimbra, chefe do Departamento de OperaçõesBancárias e de Sistema de Pagamentos do BC. "A ideia é que as pessoastenham uma opção conforme a urgência que se tem para fazer a transação."
Oapelo ao bolso do consumidor também traz vantagens para os sistemas dos bancos.Os DOCs são processados à noite, período de menor sobrecarga às plataformastecnológicas. Isso significa que, se as transações ficarem mais espalhadas aolongo do dia, os bancos podem fazer um mesmo volume diário de operações sem terde investir em sistemas que suportem um período de pico.
Parao BC, o DOC também favorece a liquidez dos bancos. Como é feito de um dia parao outro, esse tipo de transação permite que apenas os valores líquidostransitem entre as contas. Por exemplo: se o banco A precisa transferir R$ 100para o banco B, mas o banco B deve R$ 80 para o banco A, só haverá umatransferência de R$ 20.
Coimbra,do BC, não faz uma previsão de como deve ficar a distribuição dastransferências no Brasil entre DOCs e TEDs. "Isso vai depender do custodas tarifas e da preferência dos clientes."
Noano passado, foram compensados no sistema R$ 190,8 bilhões em DOCs, num totalde 256,8 bilhões de operações, segundo dados da Câmara Interbancária dePagamentos (CIP), que processa as operações. É esse volume que pode migrar paraa TED, que movimentou R$ 13,6 trilhões em 2013, com 199,7 milhões detransferências.
Aextinção de um valor mínimo para a TED representa o fim da reformulação doSistema de Pagamentos Brasileiro, que começou a ser implementado há 12 anos.(Fonte: Valor Econômico)


0
0
0
s2sdefault