A maior fusão bancária dos últimos anos na América Latina, entre o Itaú Unibanco do Brasil e o Corpbanca do Chile, está na balança depois que um importante acionista minoritário anunciou que buscaria uma avaliação independente da transação.

A International Finance Corporation (IFC), divisão de investimento no setor privado do Banco Mundial, disse que desejava estudar os potenciais benefícios da transação de US$ 3 bilhões para o acionista controlador do Corpbanca, o CorpGroup, controlado pelo bilionário chileno Alvaro Saieh e sua família.

BENEFÍCIOS
A transação proposta é alvo de um processo judicial aberto em Nova York por outro acionista minoritário estrangeiro do Corpbanca, a gestora de recursos americana Cartica Capital, que alega que o CorpGroup, de Saieh, está sendo desproporcionalmente beneficiado, à custa de outros investidores.

A IFC e a Cartica Capital ao que se sabe favorecem a fusão com o Itaú devido ao escopo mais amplo que o maior banco privado brasileiro poderia oferecer às operações do Corpbanca.

O IFC detém cerca de 5% e a Cartica Capital cerca de 3% das ações do Corpbanca.

Mas a segunda alegou que Saieh negociou termos separados com o Itaú sem informar devidamente os demais acionistas, o que incluiria um pacote de benefícios financeiros exclusivos, como financiamentos a juros preferenciais, pagamentos em dinheiro e uma opção de recompra.

ARGUMENTOS
O Itaú e o Corpbanca rebatem alegando ter revelado mais do que precisariam sob os regulamentos chilenos, e que a transação beneficia igualmente a todos os acionistas.

A posição da IFC é considerada crucial na transação porque seu consentimento é requerido para que ela avance, informou o Corpbanca em documentos apresentados à SVS, a agência chilena de fiscalização dos mercados financeiros.

O Corpbanca afirmou que a avaliação seria conduzida em adição a outras já existentes, executadas pelo Goldman Sachs e Bank of America Merrill Lynch. A IFC afirmou que sua avaliação levaria em conta as obrigações do CorpGroup sob um acordo de acionistas existente com o acionista controlador chileno. Não acrescentou detalhes sobre quais fossem essas obrigações.

"A avaliação deve complementar os pareceres de equidade [fairness opinions] produzidos por outras partes que não cobriam esses aspectos das transações propostas", anunciou a IFC. (Fonte: Folha.com)
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