Os bancos começaram a rodada de negociação sobre saúde e condições de trabalho voltando a negar que as metas impostas aos bancários são absurdas. A despeito do grande número de afastados por licença médica, recusaram-se a debater o modo de gestão que privilegia vendas e causa adoecimento, afirmando que a Convenção Coletiva de Trabalho não é lugar para isso. O primeiro debate entre o Comando Nacional dos Bancários e a federação dos bancos (Fenaban) da Campanha Nacional Unificada 2014 foi iniciado na terça-feira 19 e se estende até a quarta 20. “Os bancos se recusam a fazer a discussão, mas a cada ano que passa fica mais claro que precisam mudar essa forma de gestão que adoece seus empregados, reforça a prática do assédio moral e traz grandes prejuízos à categoria e toda a sociedade”, afirma Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato e uma das coordenadoras do Comando. “E ainda distorcem a realidade”, critica a dirigente, ao lembrar que os negociadores da Fenaban disseram que as metas já são dimensionadas prevendo férias, afastamentos, ausências. “Não é essa rotina que os bancários relatam ao Sindicato. Sentem-se pressionados, ainda mais diante das demissões que reduziram o quadro de funcionários, deixando para os que ficam uma sobrecarga absurda. As metas sempre aumentam, mesmo quando o quadro reduz. São inatingíveis, mas eles dizem que não. No dia 25, os bancos devem divulgar os dados relativos aos afastamentos de bancários, fruto dos debates realizados no grupo de trabalho sobre o tema, conquistado na Campanha 2013. “Ficou acertado que, após a divulgação dessas informações, vamos retomar as negociações sobre a questão das metas”, relata Juvandia. “O início dos debates sobre saúde não foi bom e insistimos com os bancos que de posse desses dados voltemos a esses pontos fundamentais para a qualidade de vida dos trabalhadores.” Risco – Uma mostra da situação nos bancos é o seu enquadramento no risco máximo em relação ao Seguro Acidente de Trabalho. O SAT é uma contribuição que as empresas repassam para ajudar a custear os benefícios do INSS pagos em função de acidente de trabalho ou doença ocupacional. O valor é referente a um percentual sobre a folha de pagamento, em alíquotas que variam entre 1% e 3% de acordo com o risco de acidentes de trabalho da atividade. No caso das instituições financeiras, 3%, entre as empresas nas quais esse risco é considerado grave. Calendário – O calendário com as novas rodadas de negociação foi fechado no início da reunião desta terça-feira. Nos dias 27 e 28 de agosto serão debatidas segurança e igualdade de oportunidades. Em 3 e 4 de setembro será a vez das reivindicações sobre os temas emprego e remuneração, tratando nesses dias especificamente de plano de carreira, cargos e salários (PCCS) e piso. A remuneração continua na pauta nos dias 10 e 11 de setembro, tratando de PLR, índice de reajuste e auxílios. Fonte: Sindicato dos Bancários SP.
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