Proposta seria prejudicial aos trabalhadores; na mesma reunião foi discutido plano de demissões voluntárias o movimento sindical orienta para que funcionários não aceitem pressão para aderir

O movimento sindical rejeitou a proposta para o plano de assistência médica. Para os dirigentes sindicais, a mudança apresentada por representantes do banco na segunda-feira 1º, não seria vantajosa aos trabalhadores. Pelo modelo sugerido, os atuais funcionários teriam reajuste de 1% e os novos passariam a contar com um plano cobrado por faixa etária.

Atualmente os funcionários pagam 2% do valor do salário no caso de uma vida coberta pelo convênio; 3% para duas vidas e 4% do ordenado no caso de três ou mais vidas. Ainda de acordo com a nova proposta, o valor pago pelos funcionários aposentados não sofreria alteração.

“Os preços que os bancários pagam hoje já são altos, ou seja, continuariam a arcar com valores absurdos, pois pagariam de acordo com a faixa etária, como é praticado hoje no mercado de plano de saúde”, salienta a diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo Valeska Pincovai.

O movimento sindical debateu e rejeitou a proposta do banco, pois no entendimento dos dirigentes sindicais seria instaurada discriminação dos trabalhadores, já que haveria dois modelos de plano: um para os funcionários novos e outro para os antigos. “Além disso, os valores para as pessoas com mais idade continuariam altos e não é justo, pois é nessa fase que os trabalhadores mais precisam de atendimento médico”, ressalta Valeska.

As premissas básicas do movimento sindical são: plano de saúde familiar, coletivo e com autogestão no qual os funcionários tenham direito a cargo na sua administração. Outro ponto que o movimento sindical exige para que haja uma negociação séria com o banco é que sejam apresentados cálculos atuarias. O banco, no entanto se nega a fornecer.

Outro problema levantado pelos dirigentes é a política de demissão dos trabalhadores mais antigos e próximos da aposentadoria. “Imagine se esse modelo fosse aprovado. A pressão seria ainda maior sobre esses funcionários. Com o turn over que existe no Itaú, a perspectiva de se aposentar no banco é muito pequena”, afirma Valeska.

A dirigente acrescenta que a informação passada pela diretoria durante a reunião é que no futuro o número de trabalhadores aposentados irá aumentar, gerando mais custos ao plano. “Porém, a realidade do dia a dia não é essa.”

Pressão para adesão ao PDV

O Itaú apresentou na semana passada um PDV (Plano de Demissão Voluntária) para os assessores operacionais das áreas empresariais EMP II (varejo) III e IV.

Durante a reunião, os representantes do banco garantiram que o prazo de adesão vai até junho de 2015 e que estão elegíveis 1.400 empregados em todo o país, dos quais 500 já teriam sido realocados. Eles garantiram ainda que os funcionários que gozam de qualquer tipo de estabilidade não deverão ser procurados pelos gestores para adesão ao PDV.

Os funcionários não devem aceitar o verdadeiro clima de terror que os gestores estão fazendo ao afirmar que o prazo de adesão se encerraria em 3 de dezembro. Queremos a manutenção dos empregos e que o processo de realocação garanta esses postos de trabalho no Itaú.
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