Como uma avalanche, chegou de forma bastante confusa e cheia de contradições a notícia de que o Governo irá "abrir o capital" da Caixa Econômica Federal. Diante disso, a Vice Presidente da Federação dos Bancários do Paraná, que também é Presidente do Sindicato dos Bancários de Foz do Iguaçu e principalmente - empregada da Caixa, se manifestou via uma "Carta aos Bancários da Caixa" a qual se torna uma manifestação também desta Federação e cujo conteúdo divulgamos a seguir: CARTA AOS BANCÁRIOS DA CAIXA Apesar da Contraf/CUT e Fenae terem afirmado que a matéria da Folha de São Paulo antecipando a notícia da abertura de capital da Caixa “foi prontamente negada pelo Palácio do Planalto” (sic), a Presidente da República confirmou a sua determinação neste sentido em café da manhã com jornalistas, quando sentenciou: “Eu vou (abrir o capital), mas demora”. A situação é grave e especialmente delicada, por conta da natural desmobilização dos trabalhadores durante as festas e férias. Por isso, a minha primeira indignação é contra o momento do anúncio. Feito este registro e já vislumbrando a avalanche de opiniões desencontradas que virão, proponho um profundo debate sobre o tema, que necessitará enfrentar os pontos que passo a relacionar: 1. A garantia de cumprimento da missão da Caixa, executora das políticas públicas e programas sociais do Governo, depende fundamentalmente de se analisar seus resultados pela perspectiva da promoção da cidadania em toda a sua complexidade. 2. A eficiência da Caixa se mensura por estatísticas e não cifras monetárias. Isso nos autoriza, de pronto, a refutar qualquer comparação entre a Caixa e o Banco do Brasil. São instituições de mesmo gênero para efeito deste contexto, mas de espécies diferentes. 3. Abrir o capital da Caixa ao mercado, pressuporia admitir duas modificações absurdas. Na primeira hipótese transformar-se-ia a expectativa dos acionistas. Assim, ao final de cada exercício, em vez de receber lucros e dividendos, os investidores receberiam um cartão de agradecimento por sua parcela de contribuição para o desenvolvimento social do Brasil. Na segunda e mais inadmissível hipótese, a Caixa abandonaria o seu papel de Banco Social, o que dispensa qualquer comentário complementar. 4. Um ponto que pode gerar confusão ou ilusão para alguns bancários, é olhar para o passado e constatar que a transformação da Caixa de banco social para banco múltiplo ocorreu sem aparentes traumas. Um olhar mais profundo, no entanto, nos obrigará a atribuir o sucesso da função de banco múltiplo ao comprometimento dos empregados que absorveram as novas funções, sem descuidar do primeiro e essencial motivo de existência da instituição. E isso, registre-se, à custa de muito sacrifício pessoal. 5. Se a transição de banco exclusivamente social para banco múltiplo, se deu da forma como destacamos anteriormente, é porque existe harmonia entre a missão da Caixa e a sua natureza jurídica de empresa pública de direito privado. Mas isso não pode servir de fundamento para a defesa da proposta de abertura de capital. Abrir o capital da Caixa seria transformá-la em um monstro disforme, versão feminina e brasileira de Frankenstein. O mercado é absolutamente incompatível com o papel institucional da Caixa. 6. Por último, e não menos importante, precisamos considerar os interesses dos empregados, as suas carreiras profissionais, aposentadoria, planos de saúde, direitos historicamente conquistados, etc. Mas este é um assunto que precisaremos abordar com foco e exclusividade. A minha proposta neste momento é de que estejamos atentos, esclarecidos e dispostos a defender a nossa empresa, a nossa carreira e o interesse de todos que realmente acreditam em um país melhor para os brasileiros. Tereza Cristina Teixeira Delgado Empregada da Caixa Presidente do Sindicato dos Bancários de Foz do Iguaçu e Região Vice-Presidente da Federação dos Bancários do Paraná Para o Presidente desta Federação - Gladir Basso que também é Presidente do Sindicato dos Bancários de Cascavel, a sociedade brasileira não pode permitir qualquer retrocesso e de abrir mão de um banco público da importância da Caixa Econômica Federal para o desenvolvimento econômico e social do país para satisfazer interesses e privilégios de setores privados cujo único interesse é o lucro a qualquer preço. A Caixa é um patrimônio do povo brasileiro, protagonista e decisiva na redução dos impactos da crise financeira, atuou de maneira fundamental, com redução das taxas de juros e do spreed, enquanto os bancos privados fizeram justamente o contrário.As notícias veiculadas pela imprensa brasileira apontam para uma proposta do governo federal de fazer abertura de capital da Caixa com objetivo de gerar recursos para o Tesouro Nacional. Defendemos o fortalecimento da Caixa como banco público, que continue assumindo funções relacionadas ao desenvolvimento do país.Como Presidente da Federação dos Bancários do Paraná e Presidente do Sindicato dos Bancários de Cascavel defendemos a valorização permanente dos empregados da Caixa e portanto, somos contrários a qualquer abertura de capital da empresa para a iniciativa privada que poderão significar várias ameaças a função social da Caixa e aos interesses da sociedade brasileira como um todo.A CAIXA TEM HOJE 3.362 AGÊNCIAS E UM QUADRO DE FUNCIONÁRIOS DE 100 mil e um volume de ativos totais que chegou a R$ 1.01 trilhão. Em defesa da Caixa e de seus empregados.
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