Está marcada para quarta-feira 28 grande manifestação de trabalhadores de todo o Brasil no Dia Nacional de Luta em Defesa dos Empregos e Direitos. O protesto foi definido após o anúncio das Medidas Provisórias 664 e 665 – que compromete direitos como pensão por morte, auxílio-doença, seguro-desemprego, abono salarial –, e de mudanças na economia que elevam a tributação sobre operações de crédito (IOF), cosméticos, combustíveis e produtos importados.

Em São Paulo, o ato terá concentração no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, às 10h. Estão previstas duas paradas: em frente aos prédios do Ministério da Fazenda – onde será entregue documento questionando a linha da política econômica adota no início do segundo governo da presidenta Dilma Rousseff – e da Petrobras, em defesa da estatal.

O anúncio foi feito em coletiva de imprensa (foto) na segunda 26, na sede da UGT, com integrantes das seis centrais sindicais que organizam os protestos previstos para ocorrer em diversas cidades do país: CUT, Força Sindical, CTB, UGT, NCST e CSB.

“O compromisso de campanha da presidenta Dilma era com o desenvolvimento do emprego e dos direitos sociais, mas o ajuste das contas do Estado até agora tem sido feito no setor produtivo, diminuindo o crédito, aumentando juros, e em cima dos direitos sociais, como as pensões, seguro-desemprego e isso vai nos levar para a crise”, afirmou o dirigente sindical, Sérgio Nobre. As centrais são unânimes na análise de que as medidas adotadas até agora prejudicam os trabalhadores, a economia do país e vão contra os compromissos assumidos durante a campanha eleitoral.

O ato do dia 28 é uma introdução a outras manifestações que têm por objetivo pressionar o governo, mobilizar a sociedade e debater o tema das mudanças econômicas. A marcha da classe trabalhadora, por exemplo, ocorrerá no dia 26 de fevereiro, também em São Paulo.

Segundo as centrais, já foram confirmadas manifestações em Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Salvador. Trabalhadores rurais, sem-terra, sem-teto e estudantes, entre outros movimentos sociais, também devem participar.

Os bancários vão protestar fazendo assembleias nas agências da Avenida Paulista e com ato em frente à sede do Banco Central e ao prédio da Caixa, em defesa do banco 100% público.

Petrobras
Tema recorrente no noticiário devido às denúncias de desvios, a Petrobras também será lembrada no ato de quarta-feira, quando documento em defesa da estatal será entregue em sua sede em São Paulo, na Avenida Paulista. “Todos nós defendemos que a Petrobras tem de ser investigada e os responsáveis pelos crimes punidos. Não tem duvida em relação a isso. Agora, a empresa e o peso dela na economia têm de ser preservados”, afirmou Sérgio Nobre.

Segundo ele, empresas citadas nas investigações não estão pagando seus contratos com fornecedores, o que está gerando falências e demissões. “A Petrobras sozinha é responsável por 13% do PIB do país e agora uma nova medida impede que as empresas citadas na Operação Lava Jato possam participar de novos contratos, e com isso nenhuma empresa operando aqui no Brasil vai poder fazer contrato com a Petrobras, que vai ter que fazer licitação com empresas estrangeiras”, disse Nobre.

“É preciso lembrar que o setor naval brasileiro, que estava morto, só ressuscitou com uma decisão da Petrobras de fazer navio aqui no Brasil. Então, se essas empresas estrangeiras vierem para substituir as brasileiras na Petrobras, de novo a produção vais ser transferida para fora. Isso é um fato muito grave, a Petrobras é muito importante e precisa ser preservada”, finalizou o dirigente. (Fonte: Seeb SP)
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