Milhares de trabalhadores bancários estão de braços cruzados para pressionar os bancos, setor que mais lucra no Brasil, a ter “vergonha na cara”, e apresentar proposta decente. Faça parte da luta você também!

Tá feio para a imagem dos bancos! Afinal, já está todo mundo comentando: o setor que mais lucra no Brasil levar seus empregados à greve ao propor perdas salariais... Não dá.

Nos quatro primeiros dias, milhares aderiram à paralisação em centenas de locais em São Paulo, Osasco e região. Só na sexta foram 52 mil trabalhadores. No país, foram milhares de estabelecimentos fechados nos 26 estados e no Distrito Federal.

"Eles não têm vergonha na cara de oferecer um reajuste desses, mesmo com o tanto de lucro que a gente dá para os bancos”, afirmou uma funcionária do Bradesco, em Osasco, queixando-se dos 5,5% apresentados pela Fenaban.

O abono oferecido, de R$ 2,5 mil, também não agradou em nada a categoria. “É uma enganação. Sem aumento no salário, não significa nada. Você recebe uma vez e fica o ano inteiro com a inflação comendo o que você ganha”, comentou um bancário do BB, da zona leste. “Este não é um ramo em crise. Então, além do reajuste, a PLR também deveria ser maior”, disse uma funcionária da região da Paulista.

“Essa situação é uma vergonha para os bancos, que ainda não fizeram contato para voltar a negociar e apresentar uma proposta justa para os trabalhadores”, critica a presidenta do Sindicato de SP, Juvandia Moreira. “Alguém realmente acha que seria difícil para essas instituições, que ganharam mais de R$ 42 bi somente este ano no Brasil, atender às reivindicações de seus empregados? Os bancos não só podem oferecer aumento real como também contratar mais, ao invés de demitir”.

VA e VR

“Gostaríamos muito que houvesse reajuste nos vales, principalmente no de refeição. Para nós que trabalhamos na região da Paulista comer é mais caro e acaba pesando”, lembrou uma bancária.

“A comida nos restaurantes está muito cara e o meu vale-refeição termina quando chega o dia 20. Então tenho de ‘fazer um ‘bem bolado’: um dia trago comida, em outro faço lanche. O que querem nos dar é muito pouco”, disse um auxiliar administrativo do Santander, no centro da capital, sobre o aumento de R$ 1,43 no vale-refeição, que não dá nem para uma coxinha.

“Não faz muito tempo o VA dava para até três carrinhos de compra. Hoje mal dá para um e olhe que minha família não é grande. Nessa greve também temos de ter aumento nos vales refeição e alimentação, pois fazem grande diferença para todos nós”, reforçou uma caixa do Itaú.

Saúde e educação

“Queríamos poder incluir nossos pais como dependentes do plano de saúde empresarial, seria uma grande conquista. Não pretendo ter filhos e meus pais não têm condições de pagar um plano, para idosos é caro demais”, apontou uma trabalhadora do Bradesco, na Paulista. “Falta também incentivo para estudar, deveria ter mais programas de bolsas de estudos”, completou uma colega de agência.

Do mesmo banco, mas no centro velho, a mesma queixa. “Tenho curso superior, mas gostaria de fazer pós ou especialização. Coisas que seriam usadas no próprio Bradesco e serviria muito para me aprimorar e crescer na empresa. Mas aqui não tem e o que ganho não dá para manter minha casa e ainda investir em estudo.” Fonte: FEEBPR
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