Boletim Focus mostra que a mediana do IPCA em 2016 foi de 6,52% para 6,49%; documento também projeta piora nas estimativas para o PIB de 2017, com um crescimento de 0,58%, abaixo de 0,70% estimado uma semana antes.

BRASÍLIA - Os economistas do mercado financeiro alteraram levemente suas projeções para a inflação neste ano. O Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 19, mostra que a mediana para o IPCA - o índice oficial de inflação - em 2016 foi de 6,52% para 6,49%. Há um mês, estava em 6,80%. Já o índice para o ano que vem permaneceu em 4,90%. Há quatro semanas, apontava 4,93%.

Esta é a primeira vez, neste ano, que os economistas projetam uma inflação para 2016 dentro da margem perseguida pelo Banco Central. O centro da meta de inflação é de 4,5%, mas a margem de tolerância é de 2 pontos porcentuais (IPCA até 6,5%). Para 2017, o centro da meta também é de 4,5%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual (até 6,0%).

IPCA estimado para este ano passou de 6,52% para 6,49% Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para este ano caiu de 6,49% para 6,48%. Na prática, isso significa que estas casas também enxergam uma inflação dentro da margem já em 2016. Para 2017, a estimativa foi de 4,55% para 5,52%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de, respectivamente, 6,79% e 4,81%.

Já a inflação suavizada para os próximos 12 meses foi de 4,88% para 4,87% de uma semana para outra - há um mês, estava em 4,94%.

Entre os índices mensais mais próximos, a estimativa para dezembro caiu de 0,52% para 0,49%. Um mês antes, estava em 0,60%. No caso de janeiro, a previsão do Focus foi de 0,62% para 0,61%, ante 0,63% de quatro semanas atrás.

No dia 9, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação de novembro ficou em 0,18% - abaixo das expectativas do mercado e da taxa de 0,26% de outubro. O resultado reforçou a percepção de que o Comitê de Política Monetária (Copom), em sua reunião de janeiro, vai acelerar os cortes da Selic (a taxa básica de juros), atualmente em 13,75% ao ano.

O próprio BC já havia passado indicações neste sentido ao publicar a ata do encontro do fim de novembro do comitê. No início de dezembro, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, afirmou que um corte maior dos juros pode ser "o primeiro passo no ano que vem".

PIB. O boletim Focus desta semana indicou manutenção nas projeções de atividade para 2016 e mudança, para pior, nas estimativas para 2017. A mediana para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2016 seguiu em retração de 3,48%. Há um mês, a perspectiva era de recuo de 3,40%.

Na semana passada, o Banco Central informou que seu índice de atividade (IBC-Br) recuou 0,48% em outubro ante setembro, na série com ajuste sazonal. Em relação ao mesmo mês de 2015, o indicador desabou 5,28% na série sem ajuste. O resultado, na visão de alguns economistas, reforçou a expectativa de que a economia volte a crescer apenas em 2017. Em comunicações recentes, o próprio BC citou uma atividade econômica "aquém do esperado no curto prazo".

Para 2017, porém, o Focus mostra que a percepção piorou. O mercado prevê para o País um crescimento de 0,58% no próximo ano, abaixo do 0,70% projetado uma semana antes. Há um mês, a expectativa era de 1,00%. Em suas projeções, o Ministério da Fazenda trabalha com a estimativa de crescimento de 1,00% para o próximo ano. Fonte: O Estado de S.Paulo Salário de trabalhador brasileiro é o que mais cai entre grandes economias Publicado em 16 Dezembro 2016. Tweet OIT, brasileiro perdeu 10% do valor de sua renda em dois anos e a perspectiva para 2017 é de novo recuo (Jamil Chade) O trabalhador brasileiro sofreu a maior queda de salários em termos reais entre todos os países do G-20 em 2016. Em 2015, o País já esteve entre as três nacionalidades que mais perderam em todo o mundo.

Os dados estão sendo publicados nesta quinta-feira, 15, pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), num levantamento bianual sobre o comportamento dos salários pelo mundo. De acordo com a entidade, a queda no salário real do brasileiro neste ano deve ser de 6,2%. Em 2015, a perda foi de 3,7%.

Desde 2012, os números da renda do brasileiro apresentavam um certo crescimento, ainda que abaixo da média mundial. Descontando a inflação, o poder aquisitivo do brasileiro aumentou em 4% em 2012, 1,9% em 2013 e 2,7% em 2014. Em termos nominais, a OIT usa dados do IBGE para mostrar que os valores foram de R$ 1,9 mil em média por mês em 2013, R$ 2 mil em 2014 e R$ 2,1 mil em 2015.

No ano passado, apenas a Rússia e Ucrânia haviam apresentado uma queda mais acentuada que a do Brasil em termos reais. Os dois países viviam ainda os ecos de um conflito armado e sanções. Mas, em 2016, esses dois países registraram uma estabilização nos salários.

No caso do trabalhador brasileiro, a crise se aprofundou ainda mais neste ano. "Os números que estamos vendo não são nada encorajadores", disse Deborah Greenfield, vice-diretora da OIT. Para a entidade, o cenário aponta para uma nova queda em 2017.

Segundo a representante da OIT, um dos impactos mais imediatos na queda dos salários no Brasil deve ser a redução do consumo na economia e, claro, na demanda agregada. "A desaceleração de renda tem um impacto muito grande em famílias e isso vai ser sentido em toda a economia", alertou. "Os ganhos dos últimos anos podem sofrer uma erosão".

Para a OIT, salário em queda significa atraso para qualquer retomada do crescimento e o fim da recessão. Na avaliação dos especialistas, os dados brasileiros, que mostram da perda do poder aquisitivo da população durante pelo menos dois anos, sugerem que a recuperação do crescimento da economia poderá levar mais tempo do que se imagina.

Patrick Belser, autor do informe, também destaca a queda "dramática" do salário real no Brasil. Em sua avaliação, a recessão e a queda nos preços de commodities influenciaram. "A redução continuou em 2016 e a demanda agregada também vai sofrer", disse. Fonte: Estadão
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