(Por Rafael Duarte) Os sindicatos venceram mais uma batalha na queda de braço contra o governo Bolsonaro. Após negociações entre os partidos no Congresso

, a MP 873, que proibia os descontos das contribuições sindicais voluntárias na folha de pagamento, perdeu a validade e a Constituição Federal voltará a ser cumprida, garantindo a autonomia sindical. Como nenhum deputado quis assumir a MP, as Medidas Provisórias se encerram em até 120 dias.

A cruzada anunciada do presidente da República contra os sindicatos, no entanto, está longe do fim. Bolsonaro já disse que vai enviar um projeto de Lei para o Congresso com o mesmo teor, mas seguirá um rito diferente.


Coordenadora geral do Sinasefe, a professora Nadja Costa acredita que o fim da MP 873 dará mais tranquilidade às entidades, mas pede cautela na comemoração:


– Parece que não houve parlamentar que quis continuar com essa guerra contra os trabalhadores. Pode representar uma tranquilidade para a organização sindical nesse sentido, mas não significa que está tudo bem ou uma vitória, pois o governo promete encaminhar um projeto de lei para o segundo semestre. Então, não há muito o que comemorar, e sim ficar vigilante e denunciar os inimigos da classe trabalhadora, como se não bastasse a própria reforma da previdência, ainda se tem mais esse ataque que é estrutural”, disse.


Presidente da Adurn-Sindicato, o professor Wellington Duarte reforça que o objetivo do governo Bolsonaro é destruir os sindicatos:


– A “caducidade” da MP 873, fruto de negociações e acertos políticos, representou uma importante derrota do núcleo mais reacionário do governo Bolsonaro, que quer a destruição dos sindicatos, mas não significa o fim dessa luta. As ações anti-sindicais prosseguem a todo vapor e teremos que enfrentar esse novo cenário com muita sagacidade”, declarou.


Bolsonaro lamenta

Do Japão, onde participa do encontro com a cúpula do G-20, Jair Bolsonaro lamentou o fim da MP 873 e voltou a atacar as entidades sindicais:


– “A Medida Provisória não recebeu por parte dos partidos a relação de integrantes e ela, então, como não vai ser votada, a partir de amanhã os sindicatos voltam a receber recursos em suas contas, desconto automático dos trabalhadores. Isso dá aproximadamente R$ 3 bilhões por ano nas mãos dos sindicatos do Brasil. Em que pese os bons sindicatos, outros nós sabemos o que vão fazer com esse dinheiro, para fazer piquete, fazer greve, queimar pneu, parte vai para o MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra] invadir propriedade. É lamentável essa decisão por parte de alguns líderes, deixar caducar [a MP] por falta de indicação dos integrantes”, desabafou. (Fonte: GGN)

 

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