Estudo mostra que o reajuste médio de 70 pacotes de serviços cresceu quase o dobro: 14% (Por Vera Batista)

Antes de escolher um banco tradicional ou virtual para abrir conta-corrente ou fazer transações financeiras, o cidadão deve pesquisar e verificar o custo de cada operação. Estudo do Instituto de Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) mostra que as tarifas bancárias subiram até 12 vezes mais do que a inflação nos últimos dois anos. Enquanto o custo de vida aumentou, de 2017 a 2019, 7,45%, o reajuste médio de 70 pacotes de serviços cresceu quase o dobro: 14%. Isso aconteceu não apenas nos bancos tradicionais.


O Idec comparou os preços avulsos dos cinco maiores bancos do país — Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú e Santander — entre abril de 2017 a março de 2019. O maior reajuste foi do Bradesco, com variação de até 50% em um de seus pacotes. Foram encontrados serviços com altas entre 10% e 89%, esse último 12 vezes mais elevado do que a inflação.


Entre os maiores aumentos, estão pagamento de conta no cartão de crédito no Itaú, que subiu de R$ 4,50 para R$ 8,50 (89%). O saque no cartão de crédito aumentou de R$ 10 para R$ 16 (60%), no Bradesco; e de R$ 6,50 para R$ 11 (69%), na Caixa. A retirada de dinheiro no terminal eletrônico do Itaú teve aumento de R$ 2,05 para R$ 2,50 (22%). A pesquisa constatou ainda que os bancos digitais, que atraem clientes oferecendo “menos burocracia e tarifa zero”, nem sempre cumprem o que prometem.Continua depois da publicidade

Para a economista do Instituto, Ione Amorim, “os bancos digitais repetem a falta de transparência na comunicação dos preços dos serviços como as instituições tradicionais”. O Banco Central, autoridade que regula o mercado financeiro, por meio de nota, informou que “não vai se manifestar”.


Adriele da Silva Costa, 19, trabalha em uma loja de cosméticos. Pesquisou e viu que a manutenção da conta no Itaú era R$ 12, enquanto no Bradesco, contou, estava em R$ 21. “Não sei se comparar as taxas olhando somente um serviço faz alguma diferença. Minha impressão é de que eles compensam em outro o que cobram a menos”, afirmou.


Bruno Moreira de Lima, 22, está prestes a se formar em pedagogia. Vende doces e chocolates para bancar os custos da colação de grau. “Como eu faço constantes transações, com depósito médio de R$ 200 das vendas diárias, me cobram um absurdo. Ainda não fiz as contas, mas o valor é alto. O que assusta é a falta de opção. Os valores em todos os bancos são parecidos”, lamentou. (Fonte: Correio Braziliense)

 

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